No penúltimo dia da Conferência do Clima, em 20 de novembro de 2025, um incêndio no Parque da Cidade — área que abrigou o antigo aeroporto de Belém — forçou a evacuação da Blue Zone, espaço reservado às delegações da ONU. Três pessoas foram hospitalizadas e outras 13 receberam atendimento por inalação de fumaça. A organização atribuiu o foco de fogo a um possível curto-circuito causado por um celular.
Falhas de infraestrutura
Desde o início da COP 30, participantes relataram quedas de energia, ventilação insuficiente e estruturas improvisadas nos pavilhões. Banheiros ficaram sem água e chuveiros tornaram-se inutilizáveis, enquanto algumas delegações reclamaram de alojamentos sem condições mínimas.
Alimentação com preços considerados abusivos
O custo da comida ganhou repercussão internacional. Entre os valores praticados:
- Coxinha, pão de queijo, empada ou esfiha: R$ 30;
- Café ou chá: R$ 30;
- Água mineral (250 ml): R$ 25;
- Refeições: de R$ 60, reduzidas para R$ 45 após queixas.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, reagiu afirmando que as críticas refletem “síndrome de vira-lata”.
Protestos e segurança
Em 11 de novembro, manifestantes — entre eles indígenas, estudantes e ativistas contrários à exploração de petróleo — tentaram invadir a Blue Zone. A confusão quebrou aparelhos de raio-x e feriu um segurança. Três dias depois, indígenas Munduruku bloquearam por quatro horas a principal entrada do evento, liberada apenas após promessa de reunião com representantes do governo federal.
Hospedagem presidencial gera polêmica
Às vésperas do encontro, veio à tona que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou hospedagem em um navio da Marinha e optou pelo iate Iana 3, pertencente a um empresário do Amazonas citado em denúncias eleitorais. A decisão coincidiu com relatos de falta de hotéis e diárias inflacionadas na capital paraense.
Repercussão internacional
O jornal britânico The Telegraph descreveu o incêndio como “mergulhando o evento no caos”, enquanto o Politico destacou depoimentos de delegados que só souberam do fogo ao verem pessoas correndo. O New York Times relatou que representantes saíram “em pânico” do “centro de convenções improvisado”.
Na Alemanha, o chanceler Friedrich Merz afirmou que todos ficaram “felizes por deixar Belém”, declaração que gerou mal-estar diplomático.
Contratos sob suspeita
A montagem emergencial dos pavilhões, sistemas de climatização e áreas de alimentação foi executada com dispensa de licitação, levantando suspeitas de superfaturamento. Partidos de oposição anunciaram que levarão a questão aos órgãos de controle.
Mesmo com vídeos de confusão e preços elevados circulando nas redes sociais, integrantes do governo federal minimizaram os problemas, atribuindo as críticas a preconceito contra a região Norte.
Com informações de Gazeta do Povo