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Castro classifica Rio como foco da crise de segurança nacional e anuncia novas medidas

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O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou em entrevista publicada neste sábado (15.nov.2025) que o estado se tornou o “epicentro” da crise de segurança pública no país e precisa de apoio dentro e fora do Brasil para enfrentar o crime organizado.

Segundo o governador, há tratativas com autoridades dos Estados Unidos para ampliar a cooperação no controle de armas e, principalmente, de componentes usados na montagem dos chamados “fuzis Frankenstein”. Castro destacou que 80% das armas apreendidas no Rio são montadas no próprio estado.

“Restringiram a venda de armas prontas, mas não das peças. Nada disso fere a soberania nem significa pedir que os EUA entrem no país”, disse, respondendo a críticas de opositores sobre possível intervenção estrangeira.

Megaoperação com 121 mortos

Castro comentou a megaoperação realizada no dia 28 nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em 121 mortos — 117 suspeitos e quatro policiais — e na prisão de 99 pessoas. O governador afirmou ter dado “todas as condições” para atuação das forças de segurança e prometeu responsabilizar eventuais irregularidades no uso de câmeras corporais.

Ele acrescentou que moradores retiraram corpos da Serra da Misericórdia, impedindo a perícia no local. “Drones registraram quem fez a fraude processual. Os corpos começaram a ser retirados por volta de meia-noite”, relatou.

Três frentes de atuação

De acordo com o governador, a repercussão positiva da operação abriu espaço para avançar em três eixos: retirada de armas das comunidades, remoção de barricadas erguidas por criminosos e asfixia financeira das facções. A Polícia Civil, afirmou, intensificou investigações sobre o fluxo de dinheiro do tráfico.

Questionado sobre relatório do Ministério Público encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que aponta duas mortes consideradas atípicas — uma por tiro à curta distância e outra por decapitação —, Castro respondeu: “É uma guerra. Criminosos tentam jogar a culpa na polícia”.

Projeto antifacção

O governador voltou a defender o enquadramento de facções criminosas como organizações terroristas no projeto de lei em debate no Congresso. Ele, contudo, admitiu negociar ajustes: “Se não der para chamar de terrorismo, vamos buscar instrumentos que permitam o enfrentamento real”.

Para Castro, a classificação facilitaria o rastreamento de recursos das facções e reduziria seu poder bélico. Ele considera exageradas as críticas de que a medida poderia abrir brecha para intervenção externa: “Isso é discurso demagógico”.

Com informações de Gazeta do Povo