A decisão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados de declarar a perda de mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ) sem levar o tema ao plenário mobilizou parlamentares de diferentes correntes políticas nesta quinta-feira (18/12/2025).
Aliados falam em “submissão” ao STF
Deputados do PL e de partidos de oposição reagiram imediatamente. O líder do PL na Casa classificou a medida como “grave” e afirmou que a Mesa se transformou em “instrumento de validação automática de pressões externas”, retirando do plenário o direito de deliberar.
Para o novo líder da oposição, Cabo Gilberto (PL-PB), o ato revela “anormalidade institucional”. “Quando decisões claras do Legislativo são atropeladas, não há harmonia entre os Poderes. Há submissão”, escreveu na rede social X.
Vice-líder da oposição, Capitão Alberto Neto (PL-AM) comparou a situação a períodos autoritários do país. “Sabe quando deputados eram cassados em série no Brasil? Na ditadura militar. A diferença é que hoje não há tanques, há togas”, criticou.
Outros parlamentares também protestaram. Sanderson (PL-RS) chamou a medida de “ataque frontal à representação popular”, enquanto Rodrigo Valadares (União-SE) alertou que “amanhã será qualquer parlamentar que ousar enfrentar o sistema”. Carol de Toni (PL-SC) disse que o rito “foi desrespeitado” e Coronel Tadeu (PL-SP) afirmou que “quem perde é o povo”.
Base do governo comemora
Entre governistas, a decisão foi celebrada. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), avaliou que a Mesa apenas declarou a vacância dos cargos, “sob pena de usurpação da competência do Judiciário”.
Erika Hilton (PSOL-SP) disse que a cassação demonstra “respeito à Justiça” e lembrou a votação que manteve o mandato da deputada Carla Zambelli em circunstâncias que classificou como “fajutas”.
A cassação dos dois parlamentares foi formalizada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que também recebeu críticas de oposicionistas pela falta de análise em plenário.
Com informações de Gazeta do Povo