Parlamentares de diferentes partidos reagiram com intensidade nesta quinta-feira (11/12/2025) à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de cassar o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) poucas horas depois de a Câmara dos Deputados ter optado por mantê-la no cargo.
Críticas da bancada de direita
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), classificou a medida como “usurpação institucional”. “Quando um ministro anula a decisão soberana da Câmara e derruba o voto popular, isso deixa de ser Justiça e vira abuso absoluto de poder”, escreveu na rede social X.
Também pelo X, o deputado Mauricio Marcon (Podemos-RS) afirmou que o ato “é uma piada”. Segundo ele, Moraes teria ignorado a deliberação dos “representantes eleitos” e “cassado no canetaço”.
O jornalista Paulo Figueiredo avaliou que a decisão “humilha” o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). “Existe alguém mais humilhado no Brasil do que @hugomottaPB?”, questionou.
Reações da esquerda
Na outra ponta, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) comemorou a perda de mandato de Zambelli. “Não durou nem 24 h a felicidade da Zambelli”, escreveu, em alusão à permanência da colega no cargo após a votação na Câmara.
Contexto
A cassação determinada por Moraes ocorreu no mesmo dia em que a Câmara rejeitou, em votação interna, a perda de mandato de Carla Zambelli. A deputada era alvo de processo por suposto envolvimento em atos antidemocráticos e violação de regras eleitorais.
Os comentários de parlamentares e formadores de opinião ampliaram a disputa entre Legislativo e Judiciário, com acusações de excesso de poder por parte do STF e, simultaneamente, manifestações de apoio à decisão do ministro.
Até o fechamento deste texto, Moraes não havia se pronunciado sobre as críticas, e a Câmara não anunciou se adotará medidas para contestar a decisão no Supremo.
Com informações de Gazeta do Povo