Brasília — O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), afirmou que a direita deve apresentar mais de um candidato à Presidência da República em 2026 para evitar que um único nome seja alvo da “máquina de triturar” que, segundo ele, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usará na tentativa de reeleição.
Pré-candidato desde abril, Caiado deu a declaração em entrevista publicada nesta terça-feira, 7 de outubro de 2025, pela Folha de S.Paulo. “O cara [Lula] vai ter que atirar em quatro, cinco candidatos”, disse. Para o governador, lançar apenas um concorrente com tanta antecedência facilitaria o trabalho do Palácio do Planalto.
O União Brasil negocia formar uma federação com o PP. O arranjo pode resultar em apoio a um nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A expectativa é que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), seja o escolhido, possibilidade considerada viável pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI).
Ciro, porém, deixou Caiado fora de uma lista de potenciais concorrentes capazes de abalar a tentativa de reeleição de Lula, citando Tarcísio e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD-PR). A exclusão gerou críticas públicas do goiano no fim de semana.
Ciro Nogueira sustenta que Bolsonaro já definiu seu candidato e fará o anúncio em janeiro. Caiado discorda da estratégia de concentrar forças em um único nome: “Não vejo que isso possa custar a eleição. É o rabo querendo comandar o cachorro”, afirmou.
O governador goiano também classificou como “completamente deselegante” a tentativa de Ciro de influenciar a escolha do cabeça de chapa, lembrando que o União Brasil já o lançou como pré-candidato. Se a federação com o PP optar por outro nome, Caiado admite deixar o partido; ele conversa com Solidariedade-PR e Podemos.
Além de Caiado, já se colocaram na disputa o governador mineiro Romeu Zema (Novo-MG), em agosto, e possivelmente Ratinho Jr. Caso avance, a direita poderá contar com ao menos quatro postulantes — cenário defendido pelo goiano para fragmentar o foco da campanha petista.
Com informações de Gazeta do Povo