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Brasil assume comando mundial da Parceria para o Governo Aberto mesmo após recuar em ranking de corrupção

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Brasília – O Brasil passou a presidir, a partir desta semana, a Parceria para o Governo Aberto (OGP, na sigla em inglês), iniciativa internacional que une governos e sociedade civil para ampliar transparência, acesso à informação e participação social.

A nova liderança foi confirmada na cúpula da OGP realizada de 6 a 10 de outubro, em Madri, Espanha. O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius de Carvalho, representou o país no evento e oficializou a transição.

Fundador do grupo em 2011, ao lado de Estados Unidos e outras nações, o Brasil agora coordena as ações globais da OGP. Entre as metas definidas estão a ampliação da disponibilização de dados públicos, o reforço de políticas de integridade, o combate à corrupção e o estímulo a práticas inovadoras de governança aberta.

Queda no Índice de Percepção da Corrupção

A posse ocorre poucos meses após o país registrar seu pior desempenho histórico no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) da Transparência Internacional. Divulgado no início de 2024, o ranking atribuiu ao Brasil 34 pontos numa escala de 0 a 100, resultando na 107ª posição entre 180 países — três degraus abaixo do ano anterior. A média continental ficou em 42 pontos e a global, em 43.

No relatório, a organização apontou enfraquecimento das políticas anticorrupção, aumento da influência do crime organizado em estruturas estatais, falta de transparência no Novo PAC e ingerência política na Petrobras. Também foram citados o arquivamento de casos de macrocorrupção pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e recusas de pedidos de acesso à informação envolvendo autoridades de alto escalão.

Na ocasião, a CGU afirmou manter compromisso com a integridade pública, mas questionou a metodologia do índice ao argumentar que países que expõem casos de corrupção tendem a receber notas mais baixas.

Com o novo posto na OGP, o Brasil passa a liderar agendas globais de democracia participativa e transparência até a próxima transição de comando, prevista para 2026.

Com informações de Gazeta do Povo