O ministro Luís Roberto Barroso declarou nesta quinta-feira (9) que somente decidiu se aposentar do Supremo Tribunal Federal (STF) após participar do julgamento sobre o suposto golpe de Estado. Ele anunciou a saída antecipada do cargo durante sessão plenária, encerrando uma trajetória de 12 anos na Corte.
“Não podia sair antes de terminar o julgamento do golpe, era meu dever estar aqui”, disse Barroso em entrevista coletiva concedida logo após oficializar a aposentadoria. O magistrado afirmou que considerava inadequado deixar o tribunal em meio ao que classificou como um momento “convulsionado” do país.
Aos 67 anos, Barroso poderia permanecer no STF até março de 2033, quando completará 75 anos, idade da aposentadoria compulsória. Ele ressaltou, contudo, que sempre teve a intenção de deixar o tribunal depois de cumprir o período em que presidiu a Corte e admitiu incômodo com as especulações sobre sua saída.
O ministro negou interesse em assumir postos no exterior representando o Brasil. “Não há nenhuma pretensão, não pedi ao presidente o cargo”, afirmou. Seu plano, explicou, é atuar como “intelectual a serviço do país”, sem função pública específica.
Barroso pretende continuar morando em Brasília e viajar com frequência ao Rio de Janeiro, onde reside sua filha e onde ele leciona em uma universidade.
Durante o anúncio no plenário, o magistrado se emocionou e chegou a chorar. “Sinto que agora é hora de seguir outros rumos. Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder”, declarou.
Com informações de Gazeta do Povo