De passagem por Brasília, Alex Soros, presidente do conselho da Open Society Foundations e filho do bilionário George Soros, declarou que as sanções e críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o governo brasileiro estão, na prática, aumentando a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A declaração foi feita em entrevista publicada nesta segunda-feira, 25 de agosto de 2025, pela Folha de S.Paulo. “Ele [Trump] está tornando Lula mais popular”, disse Soros, avaliando que a ofensiva de Washington tende a produzir o efeito oposto ao desejado por setores da direita brasileira.
Durante a viagem, Soros se encontrou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e parlamentares de partidos de esquerda. O executivo, que assumiu o comando das fundações da família após a aposentadoria do pai em 2023, afirmou não ver espaço para negociações entre Brasília e a Casa Branca neste momento. “Alguém já fez um acordo com Trump e se saiu bem? Fora Putin e Xi Jinping? O que há para negociar? A libertação de Bolsonaro?”, questionou.
Soberania em debate
Na entrevista, Soros destacou que a defesa da soberania nacional deixou de ser pauta exclusiva da direita. Segundo ele, ações como a guerra tarifária iniciada por Trump levaram esse tema ao centro do espectro político em vários países. “O conceito de soberania nacional agora faz parte do centro, da centro-esquerda e da centro-direita, porque o comportamento de Trump ameaça a soberania no mundo todo”, afirmou.
Regulação das gigantes de tecnologia
Soros também defendeu uma regulação mais rígida sobre as grandes empresas de tecnologia. Ele comparou o atual nível de concentração de poder das chamadas big techs à situação enfrentada pelo presidente norte-americano Theodore Roosevelt no início do século XX, período marcado por intensa campanha antitruste. Para o empresário, blocos como União Europeia e Mercosul deveriam formar alianças para proteger a “soberania digital”.
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A Open Society Foundations financia projetos alinhados a pautas progressistas, como legalização de drogas, descriminalização do aborto, questões ambientais e direitos de minorias. Somente em 2023, a organização destinou mais de R$ 170 milhões a organizações não governamentais brasileiras.
No fim da visita, Soros reiterou que continuará apoiando iniciativas que, segundo ele, fortalecem instituições democráticas e ampliam direitos civis no Brasil.
Com informações de Gazeta do Povo
