O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), criticou neste domingo (30) a lentidão do governo para enviar oficialmente a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota, o senador afirmou que a audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está marcada para 10 de dezembro e “segue o padrão adotado na maioria das nomeações anteriores”, permitindo que a decisão seja tomada ainda em 2025.
Alcolumbre disse ver uma tentativa de “setores do Executivo” de sugerir à opinião pública que eventuais divergências entre os Poderes seriam resolvidas por meio de acordos “fisiológicos”, envolvendo cargos ou liberação de emendas parlamentares. O parlamentar classificou a estratégia como ofensiva ao Congresso Nacional.
O impasse ganhou força depois que Messias divulgou nota colocando-se à disposição para a sabatina antes de conversar pessoalmente com o presidente do Senado. O Planalto considerou o prazo curto demais para o indicado angariar apoio entre os senadores no chamado “beija-mão”.
Alcolumbre defendia o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga aberta com a saída de Luís Roberto Barroso. A escolha de Messias, por sua vez, enfrenta resistências no Centrão e na oposição, apesar do apoio público do ministro do STF André Mendonça.
Evangélico, Messias já assinou parecer que questiona resolução do Conselho Federal de Medicina sobre a técnica de assistolia fetal em casos de aborto. O documento sustenta que eventual restrição só poderia ser imposta por lei.
Mesmo com o desconforto, aliados de Lula indicam que Messias deve procurar Alcolumbre antes da sabatina para tentar reduzir a tensão.
Com informações de Gazeta do Povo