Brasília — A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta quarta-feira (10), o julgamento de seis réus do chamado “Grupo 2”, apontado pela Procuradoria-Geral da República como parte de uma organização criminosa que teria buscado um golpe de Estado em 2022. Durante as sustentações orais, todas as defesas rejeitaram as acusações.
Do que os réus são acusados
Segundo a denúncia, o grupo elaborou a “minuta do golpe”, planejou assassinatos de autoridades e articulou blitze da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para dificultar o acesso de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva às urnas no segundo turno das eleições de 2022.
Principais argumentos das defesas
Marcelo Câmara — Ex-assessor de Jair Bolsonaro, foi descrito por seu advogado como um “bombeiro administrativo” que apenas repassava informações a Mauro Cid. A defesa destacou que o próprio Cid o isentou de participação na delação premiada.
General Mário Fernandes — Apontado como autor do documento “Punhal Verde e Amarelo”, teve a peça classificada por seu representante como “um pensamento digitalizado” que não foi compartilhado. O advogado ressaltou que o nome do ministro Alexandre de Moraes não aparece no arquivo e que não houve reunião para discutir o plano.
Marília Ferreira de Alencar — Ex-diretora da Polícia Federal, negou ter articulado operações da PRF. Sua defesa afirmou que as ações de fiscalização foram descentralizadas e não envolveram coordenação dela.
Silvinei Vasques — Ex-diretor-geral da PRF, também repudiou a acusação de tentar impedir deslocamento de eleitores de Lula no dia da votação.
Próximos passos
Concluídas as sustentações orais, o julgamento será retomado na próxima terça-feira (16) com o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes. Caso haja condenação, os ministros definirão as penas na fase de dosimetria.
Com informações de Gazeta do Povo