Uma ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou prisão domiciliar para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), desencadeou reações imediatas na direção do Partido Liberal. O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, afirmou estar “inconformado” com a medida decretada na segunda-feira (4).
A determinação inclui mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal, que apreendeu o telefone celular do ex-chefe do Executivo. Segundo Moraes, Bolsonaro descumpriu restrições impostas anteriormente ao colaborar na produção de conteúdos para redes sociais de aliados e familiares — entre eles, seus filhos parlamentares —, material que, de acordo com o despacho, estimularia ataques ao STF e apoio à intervenção estrangeira no Judiciário.
O ministro advertiu que novos descumprimentos podem levar à decretação de prisão preventiva. Desde julho, Bolsonaro já estava sujeito a tornozeleira eletrônica e limitação de uso das redes sociais, no âmbito de inquéritos que investigam supostas tentativas de obstrução de Justiça, coação de testemunhas e atos contra a soberania nacional.
Pressão política no Congresso
No Senado, Rogério Marinho (PL-RN) divulgou nota nas redes sociais defendendo a abertura de processo de impeachment contra Moraes. Para o parlamentar, o magistrado teria extrapolado os limites constitucionais ao decidir pelo recolhimento domiciliar do ex-presidente.
“Vivemos há anos sob uma jurisprudência de exceções”, escreveu Marinho, chamando o processo de “crime de opinião” baseado em uma “única delação premiada”. Ele conclamou colegas a reagirem no Legislativo, aumentando a tensão entre parte da bancada de direita e o Supremo.
Lideranças do PL indicam que devem intensificar articulações no Congresso nas próximas semanas em resposta à medida judicial.
Com informações de Direita Online