Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusaram o Supremo Tribunal Federal (STF) de avançar contra a democracia depois que o ministro Alexandre de Moraes determinou, na segunda-feira (4), a prisão domiciliar do ex-chefe do Executivo.
Medida cautelar e motivo da ordem
Moraes apontou descumprimento de restrições impostas a Bolsonaro desde 18 de julho, quando o ex-mandatário passou a usar tornozeleira eletrônica e ficou impedido de utilizar redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros. Segundo o ministro, ao enviar mensagem em vídeo a manifestantes no domingo (3) e ter sua imagem divulgada em perfis administrados por seus filhos, Bolsonaro violou as condições fixadas pelo STF.
Reações no Congresso
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), classificou a decisão como “ditadura declarada” e pediu o impeachment de Moraes. “Tentaram matá-lo, perseguiram sua família, proibiram-no de falar. Agora o trancam em casa”, escreveu na rede X.
Para o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), a medida não se baseia em corrupção ou desvios de recursos, mas em publicações nas redes sociais: “Que várzea!”, ironizou.
Marcel van Hattem (Novo-RS) relacionou a ordem de prisão à divulgação de novas mensagens da chamada “Vaza Toga”, que tratam da atuação de Moraes no inquérito sobre os atos de 8 de janeiro. “Claro que não é coincidência!”, publicou.
Líder da Minoria, a deputada Caroline de Toni (PL-SC) afirmou que o STF opera “à margem da lei” para perseguir adversários políticos e considerou a justificativa de Moraes “absurda e autoritária”.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) definiu o dia como “triste” para milhões de brasileiros e disse acreditar que “a Justiça irá prevalecer”.

Imagem: Bruno Spada via gazetadopovo.com.br
Já o líder da Oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), declarou que “o Brasil não é mais uma democracia” e descreveu a prisão domiciliar, decretada antes de qualquer condenação, como “grave ataque ao Estado de Direito”.
Tensão política
A decisão ocorre um dia depois de atos em diversas cidades que pediram o impeachment de Moraes. Aliados de Bolsonaro alegam que a medida busca afastar o ex-presidente da disputa eleitoral de 2026 e configurar censura prévia.
A defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou oficialmente.
Com informações de Gazeta do Povo