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Oposição passa a madrugada nas mesas do Congresso e pressiona por reuniões com Motta e Alcolumbre

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Deputados e senadores da oposição mantiveram, durante toda a madrugada desta quarta-feira (6), a ocupação das mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O ato, iniciado na tarde de terça (5), visa forçar encontros com os presidentes das duas Casas, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP).

O grupo protesta contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada na noite de segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os parlamentares exigem que Motta coloque em pauta o projeto de anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e que Alcolumbre permita o avanço de um pedido de impeachment de Moraes.

Segundo os manifestantes, a ocupação só será encerrada após as conversas com os presidentes das Casas, previstas para ocorrer por volta das 11h desta quarta. “O legítimo direito de defesa tem que ser respeitado, mas decisão judicial deve ser cumprida. Não cabe ao presidente da Câmara comentar ou qualificar essa ou aquela decisão”, declarou Hugo Motta. Já Alcolumbre defendeu a retomada das atividades legislativas “com respeito, civilidade e diálogo, para que o Congresso siga cumprindo sua missão”.

Entre os mais ativos no protesto está o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que afirma não conseguir contato com Alcolumbre para tratar do impeachment. “Sequer o telefone ele está atendendo”, reclamou. Em entrevista na rampa do Congresso, Flávio alegou que a medida cautelar de Moraes não o impede de publicar mensagens em suas redes sociais e classificou a decisão como excessiva.

O movimento ocorre no primeiro dia de trabalho após o recesso parlamentar. Ao anunciar a mobilização, os oposicionistas divulgaram um “pacote da paz” composto por três pontos: votação da anistia, impeachment de Moraes e fim do foro privilegiado — medida que, segundo eles, permitiria que eventuais processos contra Bolsonaro fossem julgados na primeira instância.

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Imagem: Ana Carolina Curvello via gazetadopovo.com.br

A detenção em regime domiciliar do ex-presidente foi motivada por suposto descumprimento de medidas cautelares, entre elas a divulgação de imagens em uma rede social e a participação em uma videochamada durante manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, no último fim de semana.

Até o início da manhã, os parlamentares seguiam revezando-se nas cadeiras da presidência da Câmara e do Senado à espera dos encontros com Motta e Alcolumbre.

Com informações de Gazeta do Povo