Brasília – Depois de dois dias ocupando a mesa diretora do Senado, parlamentares da oposição anunciaram, na manhã desta quinta-feira (7), que desocuparam o espaço. O grupo afirma ter recebido sinalização de que as propostas exigidas para a liberação serão analisadas em data futura.
O líder oposicionista Rogério Marinho (PL-RN) declarou que a retirada permitirá o funcionamento normal da Casa. “Estamos nos retirando da mesa para que os trabalhos possam fluir”, disse.
Principais reivindicações
Entre as condições apresentadas pela oposição estão:
- Encaminhamento do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF);
- Votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com o foro privilegiado, o que levaria processos contra autoridades – incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro – à primeira instância.
Marinho informou ter reunido 41 assinaturas favoráveis à abertura do processo contra Moraes, número equivalente à maioria absoluta dos 81 senadores.
Reuniões e próximos passos
O acordo foi fechado após encontro reservado entre líderes oposicionistas e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na noite de quarta-feira (6). Alcolumbre convocou sessão para as 11h desta quinta, inicialmente remota, mas a expectativa é de presença em plenário para votar a medida provisória que isenta do Imposto de Renda quem recebe até dois salários mínimos – texto que perde validade na próxima semana.
Na Câmara, a oposição também afirmou ter obtido compromisso do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) para colocar em pauta projetos de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e o próprio fim do foro privilegiado. Marinho destacou que a principal prioridade é a anistia. “Independente do resultado, o Parlamento precisa permitir a votação”, ressaltou.
Imagem: Edilson Rodrigues via gazetadopovo.com.br
Declarações de Flávio Bolsonaro
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) avaliou que há “sentimento de resgatar a normalidade” e criticou decisões de Alexandre de Moraes. Ele contou ter visitado o pai, Jair Bolsonaro, na quarta-feira e relatou indignação do ex-presidente com a prisão domiciliar.
A ocupação da mesa diretora havia sido iniciada como protesto contra a detenção de Bolsonaro e as ações do STF. Com o entendimento firmado, a oposição aguarda a tramitação dos temas acordados.
Com informações de Gazeta do Povo
