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Nvidia apoia projeto gaúcho que usa inteligência artificial na pecuária de precisão

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Pesquisadores da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e da Embrapa Pecuária Sul receberam acesso a recursos computacionais da Nvidia avaliados em aproximadamente R$ 1,2 milhão. O suporte foi concedido ao projeto Terrapampa Smart Systems: Bridging AI and Livestock, selecionado em um programa internacional de fomento a pesquisas acadêmicas.

Infraestrutura acelera treinamento de modelos

Com a nova infraestrutura em nuvem, o tempo de treinamento de cada modelo de inteligência artificial (IA) caiu de cerca de uma hora para três minutos. O grupo, que trabalha com IA aplicada ao agronegócio desde 2017, utiliza até 2 000 imagens de animais captadas em estações da Embrapa para alimentar os algoritmos.

Soluções já em teste no campo

Entre as ferramentas em desenvolvimento está um sistema que conta carrapatos no gado por meio de câmeras instaladas em pontos de passagem dos animais. O modelo alcançou 94 % de precisão e envia alertas ao produtor quando o número de parasitas ultrapassa um limite pré-definido.

Outra aplicação avalia a pigmentação ocular de bovinos das raças Hereford e Braford, característica relacionada à tolerância à radiação solar. Atualmente, técnicos realizam a análise manualmente; com o aplicativo Android criado pelos pesquisadores, a nota (de 1 a 5) é gerada instantaneamente a partir de uma foto.

Os cientistas também desenvolveram algoritmos para detectar precocemente ceratoconjuntivite e anemia em bovinos. A proposta é instalar minicomputadores alimentados por energia solar, avaliados entre R$ 700 e R$ 800, em locais estratégicos da fazenda para realizar as verificações de forma automática.

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Imagem: Sandro Camargo via gazetadopovo.com.br

Identificação de pragas em pastagens

Na agricultura, o mesmo conjunto de técnicas é usado para localizar o capim-annoni em pastagens nativas. O modelo já processa uma imagem em três milissegundos — cerca de 350 fotos por minuto — e apresenta 88 % de acerto, meta que os pesquisadores pretendem elevar a 98 %. A solução pode ser adaptada para outras plantas invasoras, como o caruru.

Os produtos estão em fase de testes de campo conduzidos pela Embrapa e, segundo os responsáveis, poderão chegar ao mercado em breve, uma vez que dependem basicamente de software instalado em celulares Android ou em pequenos dispositivos de baixo custo.

Com informações de Gazeta do Povo