O Nepal enfrenta seu momento mais turbulento em anos após a renúncia do primeiro-ministro K.P. Sharma Oli, anunciada na terça-feira, 9 de setembro. A saída do governante foi precipitada por protestos de rua contra a corrupção e pela recente proibição de 26 plataformas digitais, incluindo Facebook, Instagram, YouTube, WhatsApp e X.
As manifestações, iniciadas em 2 de setembro e lideradas em grande parte por jovens, resultaram em pelo menos 19 mortes confirmadas pela imprensa local. Edifícios públicos e residências de políticos foram invadidos, o que levou as autoridades a impor toque de recolher, bloquear estradas e fechar o aeroporto de Katmandu.
Repressão e escalada da violência
Relatos indicam que a polícia abriu fogo contra manifestantes, deixando cinco mortos e mais de 80 feridos. O Exército foi acionado na tentativa de conter a onda de indignação popular, intensificada após o bloqueio das redes sociais, vista pela população como ataque à liberdade digital.
Um colaborador local da organização cristã Portas Abertas, identificado apenas como Kumar*, descreveu a cena nas ruas: “Havia manifestantes por todos os lados, gritando contra o governo; objetos eram incendiados e a fumaça tomava o céu”.
Comunidade cristã sob pressão
A instabilidade agrava a situação dos cristãos no país, classificado como o 54.º mais perigoso para a prática da fé, segundo a Lista de Países em Observação. Convertidos do hinduísmo lidam com rejeição familiar, pressões legais – como a lei anticonversão de 2017 – e ataques a igrejas domésticas.
Imagem: Reprodução
Diante do cenário, um cristão local pediu oração: “Orem pela paz no país, para que as autoridades encontrem sabedoria e integridade e nos conduzam ao progresso”. Entre os pedidos estão a estabilidade política, a proteção dos cristãos e a segurança dos parceiros de Portas Abertas que atuam no Nepal.
*Nome alterado por segurança.
Com informações de Folha Gospel