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Violência anticristã cresce na Europa em 2024 apesar de queda no número total de crimes, mostra relatório

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Viena, Áustria – O Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (OIDAC Europa) divulgou nesta terça-feira (data local) seu relatório anual apontando que, embora o total de crimes de ódio contra cristãos tenha caído para 2.211 em 2024, os ataques se tornaram significativamente mais violentos.

Os casos de agressões físicas subiram de 232, em 2023, para 274, em 2024. Já os incêndios criminosos contra igrejas e outras propriedades cristãs chegaram a 94 ocorrências, quase o dobro do ano anterior. O levantamento não incluiu dados de França e Reino Unido sobre ataques pessoais referentes a 2024.

Países com mais registros

França, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Áustria concentraram o maior número de incidentes anticristãos. A Alemanha respondeu por um terço de todos os ataques incendiários, o que levou a Conferência Episcopal do país a afirmar, em outubro, que “todos os tabus foram quebrados” diante da onda de profanações que incluiu a decapitação de estátuas de Jesus Cristo.

Casos destacados pelo relatório

Entre os episódios violentos, o OIDAC Europa cita:

  • Assassinato de frade na Espanha – Em novembro de 2024, um frade católico de 76 anos foi morto no Convento de Santo Espírito do Monte, na Espanha, por um homem marroquino de 26 anos que invadiu o local gritando “Eu sou Jesus Cristo!”. Sete pessoas ficaram feridas.
  • Ataque a igreja em Istambul – Em janeiro de 2024, homens armados ligados ao Estado Islâmico invadiram a Igreja de Santa Maria durante a missa de domingo, matando a tiros um homem de 52 anos que se preparava para ser batizado.
  • Incêndio em Saint-Omer, França – A Igreja da Imaculada Conceição, construída em 1859 e restaurada em 2018, foi quase totalmente destruída por fogo criminoso em setembro de 2024, poucas semanas após outro incêndio atingir a catedral de Rouen. O caso repercutiu internacionalmente e chamou a atenção do empresário Elon Musk.

Números totais

O OIDAC verificou de forma independente 516 crimes de ódio contra cristãos. Incluindo vandalismo, roubos e furtos, o total chegou a 1.503 incidentes documentados. Nos casos em que foi possível identificar motivação, o islamismo radical apareceu como principal vetor, seguido por grupos de esquerda radical e outras causas políticas. Quinze ocorrências exibiram símbolos ou referências satânicas.

Comparação com outros grupos religiosos

Dados de 2024 da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) apontaram mais de 3.000 incidentes antissemitas, cerca de 1.000 casos anticristãos e aproximadamente 950 registros anti-muçulmanos em todo o continente.

Discriminação legal citada

O relatório também enumerou processos e sanções judiciais contra cristãos:

  • A deputada finlandesa Päivi Räsänen, levada repetidamente aos tribunais por um tuíte de seis anos contendo versículo bíblico crítico ao mês do orgulho LGBT.
  • Detenções no Reino Unido de pessoas que oravam em silêncio próximo a clínicas de aborto, incluindo o veterano de guerra Adam Smith-Connor.
  • Decisão de um tribunal suíço que cortou financiamento público de uma escola católica feminina por considerá-la discriminatória.
  • Dois casos na Espanha: um contra uma irmandade religiosa que recusou admitir uma mulher e outro que proibiu um pai de ler a Bíblia ao filho após a mãe, não religiosa, ganhar autoridade exclusiva sobre a educação da criança.

Diante do cenário, o OIDAC Europa recomendou que a União Europeia nomeie um coordenador específico para combater o ódio anticristão, a exemplo dos cargos já existentes para antissemitismo e islamofobia.

Com informações de Folha Gospel