Militantes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), facção associada ao Estado Islâmico, atacaram duas comunidades na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), e mataram mais de 100 cristãos entre a noite de segunda-feira e a manhã de terça-feira.
O primeiro alvo foi a aldeia de Ntoyo. Segundo o reverendo Mbula Samaki, da 55ª CEBCE em Mangurejipa, pelo menos 70 pessoas foram assassinadas ali enquanto participavam de um velório. Muitas vítimas foram golpeadas com facões; outras foram baleadas durante a fuga. Casas, motocicletas e veículos foram incendiados, e dezenas de moradores foram levados pelos rebeldes.
O pároco Paluku Nzalamingi, que visitou o local após o ataque, relatou corpos espalhados por estradas, moradias e no próprio local do velório. “É horrível o que vi. Mataram quase todos que estavam reunidos”, disse ele ao site local Actualite.cd, estimando ao menos 70 mortos apenas em Ntoyo.
Horas depois, na manhã de terça-feira, combatentes da ADF emboscaram agricultores cristãos que dormiam em suas plantações na vizinha Potodu e os mataram com facões, informou o pastor Nzalamingi à organização Portas Abertas.
Escalada de violência
Os novos massacres representam a terceira grande onda de assassinatos na região em poucas semanas. Em agosto, mais de 50 civis morreram em ataques semelhantes em Kivu do Norte, e em julho pelo menos 49 fiéis foram mortos durante uma vigília de oração em Komanda, província de Ituri.
Entidades de direitos humanos alertam que vários episódios de violência podem nem chegar a ser registrados, devido ao difícil acesso às áreas remotas. Milhares de famílias continuam deixando suas casas e buscando refúgio em centros urbanos como Oicha, onde igrejas servem de abrigo improvisado para deslocados.
O reverendo Alili, da igreja de Njiapanda, relatou à Portas Abertas que muitos sobreviventes têm medo até de dormir nos templos. “No mês passado houve massacre após massacre; em setembro continuamos pedindo a Deus que nos socorra”, afirmou.
Reações e contexto
A porta-voz da Portas Abertas para a África Subsaariana, Jo Newhouse, classificou os ataques como “inaceitáveis” e cobrou medidas urgentes de proteção aos civis no leste da RDC. Autoridades locais acreditam que a ADF age em retaliação às perdas sofridas diante das forças armadas congolesas nos primeiros meses do ano.
Com informações de Folha Gospel