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Psicóloga vê restrições a Bolsonaro como “silêncio punitivo” e alerta para efeitos psicológicos

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Brasília, 8 set. 2025 – A psicóloga e colunista Marisa Lobo publicou nesta segunda-feira (8) um artigo em que classifica as limitações impostas à comunicação do ex-presidente Jair Bolsonaro como um caso de “silêncio punitivo”, prática que, segundo ela, pode ser entendida como forma de tortura psicológica.

No texto, divulgado às 17h07 no portal Pleno.News, Lobo argumenta que impedir alguém de se manifestar nas redes sociais ou por aplicativos de mensagem vai além de restringir a liberdade de expressão, pois afeta a interação social e a própria identidade do indivíduo.

Referências a estudos e à ONU

A autora cita pesquisas sobre o chamado silent treatment – estratégia de abuso emocional descrita pela psicologia – para afirmar que o isolamento comunicativo provoca sentimentos de rejeição, ansiedade e sintomas depressivos. Contribuições acadêmicas dos pesquisadores Naomi Eisenberger, Kip Williams e Lisa Zadro são mencionadas como base científica.

Lobo também destaca relatório de 2011 do Relator Especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Tortura, segundo o qual o isolamento prolongado e a restrição de comunicação podem configurar tortura psicológica, por prejudicarem a saúde mental e aumentarem riscos de ideação suicida.

Aplicação ao caso Bolsonaro

No artigo, a psicóloga afirma que as limitações impostas a Bolsonaro, preso e ainda sem julgamento definitivo, exemplificam o uso do silêncio punitivo em ambiente político. Para ela, retirar a voz de uma figura pública que representa parcela significativa da população cria um “vácuo de comunicação” que pode enfraquecer a participação de seus apoiadores no debate público.

Lobo argumenta que a medida, ao extrapolar punições individuais, transforma-se em “censura coletiva” e abre precedente para que outras vozes discordantes sejam silenciadas no futuro.

Democracia e liberdade de expressão

O texto conclui que o emprego do silêncio como pena contraria princípios democráticos, comparando a prática à censura adotada por regimes autoritários. A autora sustenta que a democracia se sustenta no livre debate de ideias e que calar opositores não elimina seus posicionamentos.

Com informações de Pleno.News