O ex-jogador Ricardo Kaká contou, na noite de sexta-feira (14), como consolidou sua identidade cristã no período mais delicado de sua trajetória profissional. O testemunho foi dado durante o Encontro de Homens, na Igreja Família, em Sorocaba (SP).
Kaká baseou a pregação no versículo de Mateus 28:20 — “Eis que estou convosco todos os dias” — para enfatizar a importância da presença de Deus na rotina do cristão. “A presença do Senhor é o que muda tudo”, declarou.
Acidente aos 18 anos
Filho de pais cristãos, o ex-meia lembrou o acidente que sofreu aos 18 anos, logo após ingressar nas categorias de base do São Paulo. Durante um passeio em um parque aquático, bateu a cabeça no fundo da piscina e, dias depois, exames revelaram fratura grave em vértebras cervicais.
“O médico disse: ‘Hoje não é dia de perguntar quando volta a jogar, é dia de agradecer; a maioria dos casos termina sem a pessoa voltar a andar’”, relatou. Foram três meses de colete cervical e fisioterapia até a recuperação completa.
Paz em meio à incerteza
Nesse intervalo, o atleta disse ter experimentado uma “paz que excede o entendimento”, apesar das dúvidas sobre o futuro no futebol. “Não tinha garantia de que viraria profissional, mas sentia que Deus estava comigo”, afirmou.
Recuperado, Kaká estreou no time principal do São Paulo e, aos 20 anos, foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 2002, conquistando o título.
Crise de identidade no Real Madrid
O ex-jogador revelou que a fase mais desafiadora ocorreu após a transferência do Milan para o Real Madrid, em 2009. Lesões e a queda de rendimento abriram espaço para críticas da imprensa espanhola e o rotularam como “uma das piores contratações” do clube.
“Eu saí de ‘melhor do mundo’ para ‘banco de reservas’, e isso mexeu muito comigo”, disse. Foi nessa fase que, segundo ele, sua identidade deixou de estar ligada ao desempenho em campo: “Entendi que não sou o melhor nem o pior; sou filho de Deus”.
Propósito além dos troféus
Depois de conquistar Liga dos Campeões, Mundial, Bola de Ouro e outros títulos, Kaká concluiu que o maior objetivo era glorificar Jesus em qualquer circunstância. “Minha profissão é extensão da minha identidade, não o contrário”, resumiu.
Ao encerrar a ministração, o ex-meia incentivou os homens presentes a confiarem na “bondade do Pai” e valorizarem a presença de Deus acima de conquistas materiais. “Os clubes, os prêmios foram incríveis, mas nada supera a presença Dele na minha vida”, finalizou.
Com informações de Guiame
