Em entrevista recente, o astrofísico e engenheiro aeroespacial Dr. Willie Soon, pesquisador ligado à Universidade Harvard, afirmou que descobertas da matemática e da física oferecem sinais de um projeto deliberado, capaz de sustentar a ideia da existência de Deus.
A origem da antimatéria
Soon lembrou que, em 1928, cientistas previram teoricamente a antimatéria, evento que, para ele, sugere intencionalidade na formação do cosmos. A existência desse “espelho” da matéria foi confirmada em 1932, quando partículas de antimatéria foram identificadas em raios cósmicos na atmosfera terrestre.
O pesquisador explicou que, segundo o modelo do Big Bang, matéria e antimatéria teriam surgido em quantidades iguais. Como cada uma possui carga oposta, o contato entre ambas resultaria em aniquilação total, impedindo o surgimento do universo. O fato de hoje haver muito mais matéria que antimatéria é visto por Soon como um indício de que “alguém ajustou” esse desequilíbrio para permitir a vida.
Equação de Dirac e o “elétron extra”
A entrevista também destacou o trabalho do físico britânico Paul Dirac, considerado o “pai da antimatéria”. Ao tentar combinar a famosa equação E = mc², de Albert Einstein, com a equação de Schrödinger da mecânica quântica, Dirac chegou a um resultado que exigia a existência de um elétron com energia negativa. A hipótese foi recebida com ceticismo, mas se mostrou correta poucos anos depois, reforçando a ideia de que a matemática antecipa fenômenos da natureza.
Menos de dez anos após a publicação de Dirac, a comprovação experimental da antimatéria impulsionou a teoria quântica de campos, que integra relatividade, teoria de campos e mecânica quântica.
“Deus é um matemático de altíssima ordem”
Em 1963, Dirac declarou em periódicos científicos que a natureza parece obedecer a leis descritas por “teoria matemática de grande beleza”, chegando a afirmar que “talvez alguém pudesse dizer que Deus é um matemático de altíssima ordem”. Soon citou esse posicionamento para sustentar sua defesa de um projeto inteligente.

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Argumento do ajuste fino
Soon também mencionou filósofos que se apoiam no chamado argumento do ajuste fino. Entre eles estão Richard Swinburne e Robin Collins, que apontam variáveis físicas extremamente precisas:
- Gravidade — Caso fosse ligeiramente mais fraca, galáxias e estrelas não teriam se formado; se fosse um pouco mais forte, o universo poderia ter colapsado num buraco negro.
- Relação entre as massas de próton e elétron — Qualquer alteração significativa poderia inviabilizar a química essencial à formação de moléculas complexas, como o DNA.
- Constante cosmológica — Valor responsável pela taxa de expansão do universo; se fosse diferente, o universo teria se expandido rápido demais ou colapsado precocemente, tornando a vida impossível.
Para o astrofísico de Harvard, a precisão desses parâmetros fortalece a hipótese de um universo projetado, hipótese que ele considera apoiada pelos avanços da matemática e da física ao longo do último século.
Com informações de Guiame