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Acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas recoloca Jared Kushner no centro da diplomacia

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O pacto de cessar-fogo firmado na segunda-feira (13) entre Israel e o grupo palestino Hamas, com intermediação dos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, devolveu ao noticiário internacional o nome de Jared Kushner, genro do presidente norte-americano Donald Trump. Responsável pela engenharia dos Acordos de Abraão em 2020, Kushner voltou a atuar nos bastidores para destravar a nova iniciativa de paz.

Primeira fase já executada

Formalizado durante cúpula em Sharm el-Sheikh, no Egito, o acordo proposto por Trump determinou três medidas imediatas: cessar-fogo, libertação de reféns e prisioneiros e retirada parcial de tropas israelenses da Faixa de Gaza. Esse pacote inicial foi cumprido pelas partes, abrindo caminho para uma segunda etapa ainda em negociação.

Papel de Kushner

Sem cargo oficial no segundo mandato de Trump, Kushner atuou como conselheiro informal na equipe liderada pelo enviado especial Steve Witkoff. Instalado em um centro de comando improvisado em Miami, o grupo manteve contato permanente com autoridades israelenses, lideranças árabes e a Casa Branca. Depois, viajou ao Egito para as conversas finais que selaram o entendimento.

No mesmo dia 13, durante discurso no Knesset, Trump agradeceu publicamente ao genro, classificando-o como “um dos grandes visionários por trás da paz no Oriente Médio”.

Antecedentes e perfil religioso

Nascido em 1981, em Nova Jersey, Kushner é judeu ortodoxo moderno, casado com Ivanka Trump desde 2009. O casal tem três filhos. Seus avós paternos sobreviveram ao Holocausto, herança que reforçou a vivência religiosa da família, marcada pela observância do Shabat e da alimentação kosher.

Especulações escatológicas

A atuação de Kushner no Oriente Médio e a compra do edifício 666 da Quinta Avenida, em Nova York, alimentam teorias que o associam a figuras apocalípticas. A escritora sul-africana Claire Evans levantou a hipótese em artigo publicado há 14 anos, relacionando significados do nome Jared e paralelos bíblicos.

Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, o pastor e jornalista Daniel Lopez citou dois sinais frequentemente ligados às conjecturas sobre o Anticristo: um acordo de paz envolvendo Israel e a possível permissão para reconstrução do Templo em Jerusalém. Já o analista Rafael Bittencourt e o líder religioso Lamartine Posella consideram improvável que Kushner corresponda à figura descrita nas profecias, embora reconheçam que o tema desperte interesse entre estudiosos cristãos e judeus.

Acordos de Abraão como credencial

Durante o primeiro governo Trump, Kushner arquitetou os Acordos de Abraão, que normalizaram relações de Israel com Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão. A experiência pavimentou sua volta às negociações atuais. Ele também criou o Instituto de Paz dos Acordos de Abraão para ampliar o pacto, inclusive junto à Arábia Saudita.

Com a implementação da primeira fase do novo cessar-fogo, Kushner reforça a imagem de negociador de confiança da Casa Branca, papel que deverá se estender à segunda etapa das conversas entre Israel e Hamas.

Com informações de Guiame