O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o bloqueio das contas em redes sociais da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), mas manteve a previsão de multas caso sejam publicados conteúdos que o magistrado classifique como discurso de ódio. A decisão foi tomada nesta semana.
Apesar da liberação on-line, Zambelli permanece detida em Roma. A prisão, segundo o senador Magno Malta (PL-ES), integra um contexto de suposta perseguição política. Malta cita denúncias do ex-assessor de Moraes, Eduardo Tagliaferro, que afirmou existir um “gabinete informal de monitoramento” de opositores, no qual a deputada figuraria entre os alvos.
No mesmo período, Moraes enviou à Procuradoria-Geral da República o parecer da Polícia Federal que concluiu não haver indícios de tentativa de Zambelli de coagir o STF. Mesmo assim, a parlamentar segue encarcerada fora do país.
Para pressionar por sua soltura, Malta, os senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Damares Alves (Republicanos-DF) viajaram à Itália. O grupo reuniu-se com autoridades locais, entre elas o vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, e participou de um evento do partido Lega. Os parlamentares pediram que Zambelli responda em liberdade e não seja deportada.
Durante a conversa com Salvini, Malta relembrou o caso do terrorista italiano Cesare Battisti, extraditado ao país de origem em 2019 depois de anos de proteção por governos brasileiros anteriores. O advogado de Battisti foi o atual presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, lembrou o senador.
Malta classificou as decisões de Moraes sobre Zambelli como “carrossel jurídico”, argumentando que o ministro ora bloqueia, ora libera as redes da deputada conforme “conveniências momentâneas”. O senador declarou ter voltado da Itália convicto de que a situação da colega é “luta em defesa da liberdade de expressão” para setores conservadores.
Com informações de Pleno.News