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Médico cristão é detido por três dias no Sudão após agente identificar sua fé

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Cartum, Sudão – O médico Yagoub Jibril Glademea passou três dias sob custódia das chamadas “Células de Segurança do Estado” depois que um agente descobriu que ele era cristão durante atendimento no cartório de registro civil de Ad-Damazin, capital do Estado do Nilo Azul, no último domingo (7).

Glademea havia ido ao local para solicitar um número de identificação nacional para a sobrinha. Ao notar a indicação de religião nos documentos, o agente interrogou o médico sobre sua fé. Quando o profissional confirmou ser cristão, foi imediatamente levado para um centro de detenções, onde permaneceu isolado entre 7 e 10 de dezembro, sem direito a visitas familiares.

As “Células de Segurança do Estado” reúnem militares, policiais e agentes de inteligência e têm sido denunciadas por prisões arbitrárias, torturas e desaparecimentos forçados em meio ao conflito entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF).

Segundo a organização Advogados de Emergência, essas unidades ampliaram a repressão desde abril de 2023. Relatos incluem presos libertados em condições de saúde precárias, julgamentos sem garantias legais e mortes sob custódia.

Em mensagem publicada no Facebook após ser solto, Glademea agradeceu pelas orações: “Graças a Deus fui liberado pela administração da célula. Estou seguro em corpo, mente e espírito”.

O médico contou às autoridades ter trabalhado anteriormente no Estado do Nilo Azul, seguido de período na Arábia Saudita, retornando ao Sudão no mês passado para passar o Natal com a família.

Perseguição crescente

A violência contra cristãos no Sudão intensificou-se desde o início da guerra civil. O país ocupa o 5º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025, divulgada pela missão Portas Abertas, que registra aumento de assassinatos, violência sexual e ataques a igrejas, residências e comércios cristãos. A população sudanesa é composta por 93% de muçulmanos e apenas 2,3% de cristãos, segundo o Projeto Joshua.

Grupos armados ligados tanto à SAF quanto à RSF, ambos com raízes islamistas, já foram acusados de atacar cristãos deslocados, alegando possível apoio ao lado rival.

Com informações de Folha Gospel