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Líderes religiosos e parlamentar pedem que Trump volte a classificar a Nigéria como ameaça à liberdade de fé

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Um grupo de cerca de três dezenas de defensores da liberdade religiosa e o deputado norte-americano Riley Moore, republicano da Virgínia Ocidental, solicitam que o ex-presidente Donald Trump pressione o Departamento de Estado a recolocar a Nigéria na lista de Países de Preocupação Particular (CPC, na sigla em inglês). A classificação, prevista na Lei de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA, foi retirada em 2021, durante o governo Biden, após ter sido aplicada no último ano do primeiro mandato de Trump.

Em carta endereçada a Trump, os signatários afirmam que os ataques contra comunidades cristãs no Cinturão Médio nigeriano aumentaram significativamente e que o governo em Abuja “mal levanta um dedo” para proteger a população. O documento cita o uso de leis islâmicas contra blasfêmia – que preveem pena de morte e longas prisões – e a tolerância a investidas de pastores fulani militantes contra agricultores cristãos.

Entre os signatários estão Nina Shea, diretora do Centro para a Liberdade Religiosa do Hudson Institute; Frank Wolf, ex-membro da Câmara; Jim Daly, presidente da Focus on the Family; e Tony Perkins, líder do Family Research Council.

Moore enviou carta separada ao secretário de Estado, Marco Rubio, reforçando o pedido de redesignação. Ele citou números de uma organização não governamental segundo os quais mais de 7 mil cristãos foram mortos na Nigéria entre janeiro e julho de 2025. Em postagem na rede X, o deputado descreveu o cenário como “um massacre horrível de nossos irmãos e irmãs em Cristo”.

Segundo organizações de monitoramento, dezenas de milhares de cristãos nigerianos morreram na última década, enquanto outros foram deslocados por grupos extremistas como Boko Haram e Estado Islâmico no nordeste, além de milícias fulani radicalizadas nos estados centrais. A Portas Abertas alerta que a Nigéria concentra, anualmente, mais mortos por perseguição cristã do que todos os demais países somados.

Ao justificar a necessidade do status de CPC, Moore declarou: “Devemos reconhecer a natureza religiosa deste flagelo”. A classificação permitiria a aplicação de sanções e outras ferramentas diplomáticas.

Em julho, Moore e o senador Josh Hawley, do Missouri, apresentaram resolução que condena a perseguição de cristãos em nações de maioria muçulmana, incluindo Egito, Argélia, Síria, Turquia, Irã e Paquistão. O texto recomenda que Washington use negociações comerciais e de segurança para pressionar por mudanças e menciona a Lista Mundial da Perseguição 2025, que calcula 380 milhões de cristãos vivendo sob alta hostilidade no mundo.

Outras iniciativas no Congresso acompanham o tema. O senador Ted Cruz, do Texas, propôs lei para responsabilizar autoridades nigerianas por ataques jihadistas, enquanto figuras públicas, como o comediante Bill Maher, têm cobrado maior visibilidade para a crise.

Em meio às denúncias internacionais, o governo nigeriano alega que a violência decorre de disputas históricas entre agricultores e pastores, sem motivação religiosa direta.

Com informações de Folha Gospel