O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou na quarta-feira (8) que Israel e o Hamas assinaram a primeira etapa de um plano de paz para a Faixa de Gaza, resultado de negociações conduzidas no Egito.
Principais pontos do acerto
De acordo com Trump, o entendimento prevê a libertação de todos os reféns “muito em breve” e a retirada das tropas israelenses até uma linha previamente definida. O republicano ressaltou que “todas as partes serão tratadas de forma justa” e classificou o pacto como “o primeiro passo para uma paz duradoura”.
O premiê israelense Benjamin Netanyahu descreveu a data como “um grande dia para Israel” e disse que seu gabinete se reunirá nesta quinta-feira (9) para aprovar o texto e “trazer todos os nossos queridos reféns de volta para casa”.
Ao confirmar o anúncio, o Hamas declarou que o pacto encerra a guerra em Gaza, garante a retirada total das forças de ocupação, autoriza a entrada de ajuda humanitária e prevê uma troca de prisioneiros.
Citação bíblica
Logo após a notícia, o presidente israelense Isaac Herzog publicou no X (antigo Twitter): “Neste momento, o coração de Israel bate em uníssono com o dos reféns e suas famílias”. Em seguida, citou Jeremias 31:16-17: “Reprima a sua voz de choro… pois os seus filhos voltarão da terra do inimigo”. Herzog completou: “Eles retornarão às suas fronteiras”.
Contexto
O anúncio ocorre dois anos e dois dias após o ataque de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e fizeram 251 reféns em território israelense, fato que desencadeou a ofensiva militar de Israel em Gaza.
Como foi negociado
A assinatura corresponde à primeira fase de um plano de paz apresentado por Trump na Casa Branca, na semana passada, ao lado de Netanyahu. As conversações foram mediadas pelo enviado norte-americano Steve Witkoff, pelo genro de Trump, Jared Kushner, e por representantes do Egito, Catar e Turquia, já que Israel e Hamas não mantêm contatos diretos.
Próximos passos
Se o gabinete israelense aprovar o texto nesta quinta (9), a retirada militar de Gaza deve começar em até 24 horas. Após esse movimento, inicia-se uma contagem de 72 horas para que o Hamas liberte os reféns restantes. A expectativa é de que os primeiros sejam soltos na segunda-feira (13).
O Canal 12 israelense informou que Trump desembarcará em Israel no domingo (12), a convite de Netanyahu, para discursar na Knesset.
Repercussão
Familiares de reféns reagiram com alívio. “Alegria imensa, mal posso esperar para ver todos em casa”, disse Eli Sharabi, que perdeu a esposa e dois filhos no conflito. Na Faixa de Gaza, moradores celebraram o anúncio; “Graças a Deus pelo cessar-fogo”, afirmou Abdul Majeed abd Rabbo, de Khan Younis.
No exterior, o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese considerou o pacto “um passo muito necessário”. Nos Estados Unidos, o senador democrata Chris Coons pediu que o acordo “leve a um fim duradouro”, enquanto o republicano James Risch disse aguardar detalhes do texto.
As discussões sobre as fases seguintes do plano devem prosseguir com a mediação dos mesmos atores internacionais.
Com informações de Folha Gospel
