Nas últimas semanas, o governo da Eritreia libertou diversos prisioneiros, entre eles cristãos, empresários e políticos. Fontes ligadas à organização Portas Abertas confirmaram as solturas, embora o motivo oficial não tenha sido divulgado. A possibilidade de os ex-detentos passarem o Natal com suas famílias foi recebida com entusiasmo pelas comunidades locais.
Especialistas da Portas Abertas observam que o regime costuma liberar presos por questões de saúde. Cristãos eritreus que deixaram o país após longos períodos de cárcere relatam agravamento de doenças como hipertensão e diabetes, resultado das condições precárias de detenção.
Condições de perseguição
Conhecida como “Coreia do Norte da África”, a Eritreia ocupa o 6º lugar no ranking mundial de perseguição a cristãos e mantém rígido controle sobre qualquer forma de dissidência. Há registros de presos mantidos em contêineres marítimos expostos a altas temperaturas e sem ventilação adequada.
Líderes ainda encarcerados
Em agosto de 2025, Portas Abertas Internacional e outras entidades lançaram a campanha Voices 4 Justice, exigindo a libertação de sete líderes cristãos detidos há 20 anos:
- Rev. Dr. Tekleab Menghisteab
- Rev. Million Gebreselassie
- Rev. Pastor Kidane Weldou
- Rev. Gebremedhin Gebregiorgis
- Dr. Kuflu Gebremeskel
- Dr. Futsum Gebrenegus
- Rev. Haile Naizge
Até o momento, não há indícios de que esses nomes estejam entre os recém-libertados. Desde a prisão, alguns familiares morreram e outros foram forçados ao exílio. Segundo a diretora global de advocacy da Portas Abertas, os sete não tiveram defesa legal e permanecem sem visitas de parentes.
Números recentes de detenções
Levantamentos da Portas Abertas apontam que, entre janeiro e maio de 2024, mais de 120 cristãos foram presos sem acusação formal. Em abril do mesmo ano, mais de 35 fiéis foram detidos durante operações noturnas em Agordat, Barentu e Teseney, no oeste e centro do país.
Mobilização internacional
Com a aproximação do Natal, a Portas Abertas incentiva a assinatura da petição Desperta África, que coleta apoio em favor dos cristãos perseguidos na África Subsaariana.
Os observadores continuam acompanhando a situação dos libertados, atentos às condições físicas, emocionais e espirituais dos ex-detentos, e monitoram possíveis novos desdobramentos.
Com informações de Folha Gospel