O Comando dos Estados Unidos para a África (AFRICOM) confirmou que realizou ataques aéreos contra campos do Estado Islâmico no estado de Sokoto, no noroeste da Nigéria, em 25 de dezembro de 2025. A operação, conduzida em coordenação com autoridades nigerianas, foi autorizada pelo presidente dos EUA e pelo secretário de Guerra.
Imagens divulgadas pelo próprio comando mostram mísseis sendo disparados de um navio militar norte-americano. Avaliações iniciais apontam para a morte de “vários terroristas”, segundo nota publicada a partir de Stuttgart, na Alemanha, onde o AFRICOM tem sede.
Escalada após designação de risco religioso
Os bombardeios ocorrem semanas depois de o então presidente Donald Trump ter recolocado a Nigéria, no fim de outubro, na lista de “País de Preocupação Especial” por violações à liberdade religiosa. A medida foi motivada, de acordo com Washington, pela perseguição sistemática de cristãos por grupos extremistas.
Em mensagem no X (antigo Twitter), o secretário de Guerra, Pete Hegseth, vinculou diretamente a ação militar aos ataques contra cristãos: “O presidente foi claro no mês passado: o assassinato de cristãos inocentes na Nigéria (e em outros lugares) precisa acabar. O @DeptofWar está sempre pronto, e o ISIS descobriu isso nesta noite de Natal”, escreveu.
Afirmações do comando norte-americano
O general Dagvin Anderson, comandante do AFRICOM, declarou que a ofensiva integra um esforço mais amplo para enfrentar a violência extremista na região. “Trabalhamos com parceiros nigerianos e regionais para intensificar a cooperação e proteger vidas inocentes”, afirmou.
Violência prolongada
Grupos jihadistas como Boko Haram e Estado Islâmico da Província da África Ocidental atuam há décadas no norte e no Cinturão Médio da Nigéria, realizando sequestros e ataques a vilarejos. Relatórios de organizações como Portas Abertas e Observatório para a Liberdade Religiosa na África indicam que, entre 2019 e 2023, cristãos foram mortos em proporção significativamente maior que muçulmanos, inclusive em áreas de maioria muçulmana.
Ao anunciar a nova classificação da Nigéria em outubro, Trump descreveu uma “ameaça existencial” aos cristãos no país. O governo nigeriano, por sua vez, nega perseguição religiosa específica e sustenta que tanto cristãos quanto muçulmanos sofrem com a insegurança, alegando ainda melhora nas condições nos últimos anos.
O AFRICOM informou que continuará avaliando os resultados da operação de 25 de dezembro e manterá a cooperação com parceiros locais para combater organizações extremistas.
Com informações de Folha Gospel