Em 36 dos 50 países que integram a Lista Mundial da Perseguição 2025, crianças cristãs são alvo de humilhação e exclusão social, aponta levantamento da organização Portas Abertas. O estudo, divulgado nesta semana, mapeia os diferentes tipos de pressão enfrentados por menores de idade que professam a fé cristã.
A pesquisa indica que a discriminação dentro do sistema educacional é o problema mais recorrente, presente em 100% dos países analisados. Violência psicológica e assédio verbal aparecem em seguida, citados em 92% das nações observadas.
Relatos diretos da discriminação
Entre os depoimentos reunidos, está o de “Adel”, pseudônimo de um menino egípcio de 10 anos. Ele contou que, na escola e em uma oficina na periferia do Cairo, recebia salário menor do que colegas muçulmanos e era ridicularizado por causa de sua fé. “Eu não sabia o que dizer quando falavam coisas ruins sobre Jesus. Sentia vergonha de ser cristão”, relatou.
Efeitos de longo prazo
Segundo o estudo, a exclusão social imposta a essas crianças impacta diversas áreas da vida. A lista de consequências inclui:
- Quadros de depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático e baixa autoestima;
- Dificuldade em estabelecer relações de confiança;
- Efeitos físicos comparáveis ao consumo de até 15 cigarros por dia;
- Limitação de oportunidades educacionais e profissionais;
- Prejuízos ao crescimento espiritual e afastamento de comunidades de fé.
Recomendações da Portas Abertas
A organização sugere que a Liberdade de Crença Religiosa seja incluída no Artigo 14 da Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança. Também defende maior capacitação de líderes locais para eliminar práticas nocivas contra menores cristãos.
Kathryn de Carvalho, analista de perseguição religiosa específica e coautora do relatório, observa que o apoio familiar, comunitário e de clubes juvenis cristãos é fundamental para mitigar os danos. “Construir um senso de pertencimento pode ajudar essas crianças a prosperar e a crescer em sua fé”, afirma.
Pedidos de oração
O levantamento conclui solicitando orações pela saúde emocional das crianças afetadas, sabedoria para pais e líderes cristãos e consolação para quem sofre perseguição em razão da crença.
Com informações de Folha Gospel
