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Crescimento de evangélicos na África domina debate em assembleia mundial na Coreia do Sul

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A Assembleia Geral Mundial da Aliança Evangélica Mundial (WEA, na sigla em inglês) começou em 27 de outubro de 2025, em Seul, e trouxe à tona dados que apontam a África como o principal motor de expansão do evangelicalismo no planeta.

Em apresentação no primeiro dia do encontro, o pesquisador Jason Mandryk, da Operation World, mostrou que em 1960 os evangélicos compunham 8% dos cristãos no mundo. Hoje, esse percentual supera 25%, o que representa entre 600 milhões e 650 milhões de pessoas.

Quem cresce e onde

Segundo Mandryk, quase 70% do crescimento cristão global ocorre no continente africano, onde o avanço acompanha a rápida urbanização e a migração interna de fiéis das áreas rurais para as cidades. Ele explicou que o aumento resulta de três frentes: crescimento natural da população, evangelismo ativo e adesão de cristãos antes não evangélicos.

O pesquisador lembrou que, desde 1980, o centro do cristianismo se desloca dos tradicionais polos ocidentais para África, Ásia e América Latina, regiões que hoje abrigam cerca de 70% de todos os cristãos.

Desafios para acompanhar o ritmo

Mandryk destacou que o avanço numérico exige investimento em discipulado, formação pastoral e desenvolvimento de lideranças, sob risco de a expansão acontecer sem bases sólidas.

No mesmo painel, o Dr. David Tarus, da Associação de Evangélicos na África, apresentou pesquisa que revela carência de capacitação entre líderes locais: 90% dos pastores do continente não possuem formação teológica formal; 79,5% não têm diploma de bacharelado ou equivalente. Entre os obstáculos apontados, 87,9% citam falta de recursos financeiros e 27,4% mencionam escassez de tempo.

Para Tarus, é urgente levar cursos e treinamentos às igrejas e comunidades, em vez de esperar que os líderes se desloquem até instituições de ensino. Ele recordou o caso do próprio pai, fundador de várias igrejas apesar de nunca ter frequentado um seminário, recebendo instrução informal de evangelizadores que viajavam até as aldeias.

Iniciativas já buscam combinar programas curtos e informais com graduações de quatro anos, consideradas longas e dispendiosas para muitos pastores. A meta é formar lideranças capazes de responder a desafios como sincretismo, teologia da prosperidade e divisões internas, fenômenos que acompanham o crescimento acelerado do cristianismo africano.

Sem consenso sobre a definição de “evangélico” — termo que, segundo Mandryk, possui múltiplas interpretações e, em alguns contextos, carga negativa —, os participantes concordaram que comunicar crenças com clareza e investir em formação serão decisivos para sustentar o avanço observado no continente.

Com informações de Folha Gospel