Washington (EUA) – Um levantamento nacional do Family Research Council (FRC) em parceria com o Cultural Research Center (CRC) da Arizona Christian University aponta que frequentadores regulares de igrejas nos Estados Unidos demonstram queda acentuada em convicções bíblicas relacionadas a família, vida e moralidade.
O estudo “Questões Sociais e Visão de Mundo: uma pesquisa nacional com americanos frequentadores de igrejas” entrevistou mais de 1.000 adultos que participam de cultos cristãos ao menos uma vez por mês. Entre os participantes, apenas 43% declararam-se pró-vida, número inferior aos 63% registrados em 2023.
Quando questionados sobre a definição tradicional de família — casamento entre um homem e uma mulher que criam filhos — 46% disseram concordar com o modelo. Entre membros da Geração Z, o índice caiu para 34%. Já o apoio é maior entre cristãos “nascidos de novo” (59%), pentecostais (56%) e fiéis asiáticos (55%).
A segurança de que a Bíblia traz orientação clara sobre aborto também recuou. Hoje, 51% veem o texto sagrado como direto nesse tema, ante 65% no ano passado.
Influência cultural em destaque
Para o pesquisador principal, Dr. George Barna, “crenças antes firmes sobre família, vida e moralidade estão cedendo à influência cultural e à opinião pessoal, mesmo entre quem frequenta a igreja regularmente”. Ele observa que o “bombardeio” midiático favorável a “um novo padrão moral” contribui para a mudança.
David Closson, diretor do Centro de Visão de Mundo Bíblica do FRC e coautor do relatório, avalia que o fenômeno revela “um problema de discipulado, não primariamente político”, citando a forte catequese exercida por redes sociais, entretenimento e meio acadêmico sobre os jovens.
Valores que permanecem
Apesar do declínio em temas específicos, o estudo identificou consenso em algumas crenças: quase 80% defendem uma visão binária de gênero; mais de 80% afirmam que todas as pessoas foram criadas à imagem de Deus; 83% reconhecem valor intrínseco em cada vida humana; e 75% consideram o Deus das Escrituras a única fonte da vida.
O presidente do FRC, Tony Perkins, declarou que o cenário “mostra a grande necessidade de ensino bíblico sobre questões como santidade da vida, família e sexualidade” e que “os cristãos continuam buscando orientação nos líderes da igreja”.
Os organizadores do estudo defendem que pastores, pais e educadores atuem de forma mais intencional no discipulado, a fim de recuperar a clareza moral entre as novas gerações.
Com informações de Folha Gospel