A Administração Nacional de Assuntos Religiosos da China publicou novas regras que limitam severamente a atuação de líderes religiosos na internet, proibindo a evangelização de menores e restringindo a oferta de conteúdo religioso fora de plataformas oficialmente registradas.
Pregação só em sites licenciados
De acordo com o regulamento, traduzido pela revista Bitter Winter, o Artigo 5 determina que pastores, padres e outros líderes só podem pregar ou oferecer cursos e treinamentos on-line por meio de portais, aplicativos ou fóruns pertencentes a organizações religiosas legalmente registradas e detentoras de uma Licença de Serviços de Informação Religiosa na Internet.
Contas pessoais em redes sociais, transmissões ao vivo, grupos no WeChat ou fóruns informais estão vetados para instrução religiosa. A autopromoção também foi proibida, e o clero não pode usar sua identidade religiosa para atrair seguidores ou tráfego. Qualquer vínculo com organizações estrangeiras é vedado.
Menores fora do alcance
O Artigo 10 exclui crianças e adolescentes de qualquer atividade religiosa on-line. Fica proibido “espalhar ideias religiosas a menores” ou induzi-los a crenças, bem como organizar aulas bíblicas, treinamentos ou acampamentos para jovens.
Banimento de arrecadação e uso de IA
As novas regras também vedam a comercialização de atividades religiosas na internet. Não é permitido arrecadar fundos, vender produtos ligados à fé nem monetizar conteúdos sagrados. Além disso, o texto impede o uso de inteligência artificial generativa para criar ou difundir material religioso.
Sanções previstas
Quem descumprir as determinações pode sofrer punições administrativas, como suspensão de credenciais, bloqueio de contas on-line e, em casos mais graves, investigação criminal. Plataformas que hospedarem conteúdo considerado irregular poderão ser obrigadas a limitar, advertir ou extinguir os perfis responsáveis.
As medidas representam mais um endurecimento do controle estatal sobre a prática religiosa no país, agora estendido ao ambiente digital.
Com informações de Folha Gospel