O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (7) que não condicionou a desocupação da Mesa Diretora a qualquer compromisso de pautar projetos defendidos pela oposição, como a anistia a manifestantes e o fim do foro privilegiado. A ocupação, iniciada na tarde de terça-feira (5) por parlamentares contrários à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), terminou na noite de quarta-feira (6) após quase dois dias de impasse.
“A Presidência da Câmara é inegociável. A retomada não foi vinculada a pauta alguma. O presidente da Câmara não negocia prerrogativa com oposição, governo, ninguém”, declarou Motta ao chegar à Casa nesta manhã.
Negociação e participação de Arthur Lira
Segundo o presidente, o diálogo com os deputados que ocupavam a Mesa teve como objetivo “uma solução menos traumática”. Ele relatou ter solicitado a presença do deputado Arthur Lira (PP-AL), que presidiu a Câmara até 2023, para auxiliar nas conversas. “Foi uma tensão que a Casa não viveu em sua história recente”, disse.
Motta ressaltou que, mesmo durante o impasse, não abriria mão de iniciar a sessão plenária na quarta-feira. Ao retomar os trabalhos, criticou a ocupação: “Não podemos deixar que projetos individuais estejam à frente daquilo que nos une, que é o nosso povo”.
Versão da oposição
A declaração do presidente contrasta com o relato dado mais cedo pelo senador Rogério Marinho (PL-RN). O parlamentar afirmou que ficou acordada a inclusão dos projetos de anistia e de fim do foro privilegiado na pauta do plenário, “ganhando ou perdendo a votação”. Para Marinho, a anistia seria “a pauta mais importante, a que reconcilia o país”.

Imagem: Kayo Magalhães via gazetadopovo.com.br
Situação no Senado
No Senado, a obstrução da Mesa também foi encerrada nesta quinta-feira após negociações. Os oposicionistas cobram o andamento do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que já atingiu o número mínimo de assinaturas para ser protocolado.
Com informações de Gazeta do Povo