O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na noite de sexta-feira (25) a retirada imediata de deputados federais que haviam montado acampamento na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A ordem, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), prevê prisão em flagrante caso haja descumprimento.
No mesmo despacho, Moraes proibiu a instalação de qualquer novo acampamento em um raio de um quilômetro da Praça, da Esplanada dos Ministérios e de quartéis das Forças Armadas, medida que, segundo o ministro, visa evitar episódios semelhantes aos atos de 8 de janeiro de 2023.
Protesto começou com Hélio Lopes
A mobilização teve início quando o deputado Hélio Lopes (PL-RJ), conhecido como “Hélio Negão”, armou uma barraca em frente ao STF e colou esparadrapo na boca, anunciando “greve de silêncio”. Em poucas horas, juntaram-se a ele os parlamentares Coronel Chrisóstomo (PL-RO), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Cabo Gilberto Silva (PL-PB) e Rodrigo da Zaeli (PL-MT).
Para Moraes, ao aderirem ao acampamento os deputados estariam “participando de possível prática criminosa”, o que justificou a autorização para a prisão em caso de resistência.
Polícia autorizada a agir
A decisão concede poderes à Polícia Militar do Distrito Federal e à Polícia Federal para executar a remoção. O governador do DF, Ibaneis Rocha, compareceu pessoalmente à Praça dos Três Poderes para negociar a saída dos manifestantes e declarou: “Vamos tentar tirar pacificamente. Se não saírem, serão presos”. O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, acompanhou a operação e alertou para o risco de que o protesto evoluísse para um novo “8 de janeiro”.

Imagem: Antonio Augusto via gazetadopovo.com.br
Desmobilização pacífica
Em vídeo gravado já na madrugada de sábado (26), o deputado Coronel Chrisóstomo informou que o grupo havia sido intimado e reconheceu a ordem judicial. Ele afirmou que a manifestação era pacífica e tinha como pauta a “liberdade” do ex-presidente Jair Bolsonaro e a votação do Projeto de Lei da Anistia.
Os parlamentares desmontaram as barracas e deixaram o local de forma pacífica, sob escolta policial e vigilância da Força Nacional.
Com informações de Gazeta do Povo