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Moraes determina tornozeleira a senador enquanto cresce pressão por impeachment

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs novas medidas cautelares ao senador Marcos do Val (Podemos-ES), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. A decisão ocorre em meio a uma onda de manifestações que, no último fim de semana, tomou ruas de diversas cidades brasileiras pedindo o impeachment do magistrado.

Os atos foram convocados pelo pastor Silas Malafaia e concentraram duas pautas principais: a saída de Moraes do STF e a cobrança para que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota (Republicanos-PB), coloque em votação o Projeto de Lei da Anistia. Segundo organizadores, milhares de pessoas participaram dos protestos, que não contaram com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro — impedido judicialmente de deixar sua residência nos fins de semana.

Movimentação no Senado

De acordo com levantamento apresentado pelo deputado federal Nicolas Ferreira (PL-MG), 34 dos 81 senadores já declararam apoio à abertura do processo de impeachment contra Moraes. Para que a iniciativa avance, são necessários 41 votos. A decisão, porém, depende do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), que até agora se mostra contrário à proposta.

Nos bastidores, Alcolumbre e Hugo Mota enfrentam pressão política intensificada por operações da Polícia Federal que atingiram assessores próximos a seus gabinetes, o que, segundo aliados, dificulta a tramitação de pautas consideradas sensíveis.

Sanções dos EUA

O clima de tensão ganhou contornos internacionais após os Estados Unidos aplicarem sanções previstas na Lei Magnitsky contra Moraes. A medida, classificada como instrumento de pressão econômica e diplomática, se soma à decisão do presidente norte-americano Donald Trump de adotar, a partir de quarta-feira, tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros — parte delas motivada, segundo autoridades dos EUA, por decisões do STF vistas como censura e perseguição política.

Novas investidas digitais

Paralelamente às manifestações de rua, grupos organizam novos pedidos de impeachment. Um dossiê com mais de 70 supostas violações constitucionais atribuídas a Moraes está em fase de finalização para ser entregue ao Senado.

Apesar da pressão, o ministro não deu sinais de recuo e manteve recentes decisões, entre elas as restrições impostas ao senador Marcos do Val. Especialistas ouvidos pelos organizadores dos protestos apontam que o Brasil atravessa um momento institucional incomum, no qual multidões direcionam críticas a um membro da Suprema Corte — e não ao chefe do Poder Executivo.

Com informações de Gazeta do Povo