Comentaristas do programa “Última Análise”, exibido na noite de terça-feira (05), avaliaram que uma parte do Supremo Tribunal Federal (STF) já não demonstra o mesmo apoio ao ministro Alexandre de Moraes. O novo cenário ganhou força depois de o magistrado determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O advogado André Marsiglia observou que há ministros que nunca concordaram com a postura considerada “agressiva” de Moraes. Ele citou como sinais desse afastamento a ausência de alguns integrantes da Corte em um jantar oferecido pelo presidente Lula, a recusa de parte do colegiado em assinar nota pública de defesa do Supremo e reportagens que apontam fissuras internas. Para Marsiglia, o ambiente mudou “antes e depois da Lei Magnitsky”.
Na mesma edição do programa, o professor da FGV Daniel Vargas afirmou que os demais ministros começam a perceber a pressão externa sobre as decisões de Moraes. Segundo ele, a sociedade estaria menos tolerante às determinações do magistrado, tendência que pode atingir os demais integrantes do Tribunal.
O vereador Guilherme Kilter avaliou que a crise cria espaço para duas pautas defendidas pela oposição: o pedido de impeachment de Moraes e a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele sugeriu aproveitar divisões na Câmara, no Senado e no próprio STF para avançar nesses temas.
Impacto do “Vaza Toga”
O desgaste aumentou após o vazamento de mensagens atribuídas a assessores de Moraes, batizado de “Vaza Toga”. O material indicaria a existência de uma estrutura informal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para investigar manifestantes ligados ao 8/1. Em reação, a oposição na Câmara prometeu intensificar a cobrança ao Supremo.
Imagem: Victor Piemonte via gazetadopovo.com.br
O primeiro vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), declarou que colocará em votação o projeto de anistia aos manifestantes sempre que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), estiver fora do país. “É a única alternativa”, afirmou o parlamentar, criticando o que considera falta de compromisso da Mesa Diretora com pautas da direita.
Sobre o programa
“Última Análise” vai ao ar no YouTube de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h30, com foco em debates sobre temas políticos e jurídicos do país.
Com informações de Gazeta do Povo
