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Lula articula bloco progressista com cinco países e planeja expansão a partir de setembro

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Santiago (Chile) – 22/07/2025. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se na segunda-feira (21) com líderes de Chile, Uruguai, Colômbia e Espanha para fortalecer uma coalizão de governos classificados como progressistas. O encontro, realizado na capital chilena, faz parte de uma estratégia iniciada em 2024 para coordenar discursos em defesa da democracia e responder ao avanço da chamada “extrema direita”.

Além de Lula, participaram o presidente chileno Gabriel Boric, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, o presidente colombiano Gustavo Petro e o presidente uruguaio Yamandú Orsi. O grupo, hoje formado pelos cinco países, pretende incluir ao menos outros sete governos a partir de setembro.

Documento conjunto

No comunicado divulgado após a cúpula, os líderes defenderam uma “tributação progressiva e justa” e o reforço da cooperação tributária internacional “com base em transparência, equidade e soberania”. Também anunciaram intenção de regular plataformas digitais, combater o que classificam como extremismo e restaurar a confiança nas instituições.

Contexto externo

A articulação ocorre após o governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump, anunciar novas tarifas a produtos estrangeiros. Embora o comunicado não cite Washington, Lula criticou a “instrumentalização do comércio internacional como instrumento de coerção e chantagem” e acusou a extrema direita de promover guerra cultural nas redes sociais.

Análise de especialistas

Para o cientista político Elton Gomes, da Universidade Federal do Piauí, a iniciativa tem mais peso retórico do que diplomático. “Esses países não dispõem de recursos de poder em larga escala”, afirmou, apontando que o principal objetivo é reforçar bases eleitorais locais em meio a crises de popularidade ou tensões com os Estados Unidos.

O diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida avaliou que não é conveniente separar democracia entre direita e esquerda. “Tanto na esquerda quanto na direita há defensores e inimigos da democracia”, disse.

Ganhos domésticos

Segundo Gomes, Lula tenta contornar o desgaste nas relações com Washington após investigações que atingiram o ex-presidente Jair Bolsonaro. No Chile, Boric enfrenta baixa aprovação e, na Espanha, Sánchez busca recuperar apoio parlamentar em meio a acusações de corrupção.

Expansão limitada

A expectativa de adesão de países como México, Canadá e Dinamarca não deve ampliar significativamente o poder de negociação do bloco, na avaliação de analistas, devido ao forte vínculo desses países com a economia norte-americana. A ausência de respaldo do grupo dos Brics reforça a percepção de que a coalizão tem alcance restrito.

O próximo encontro está previsto para setembro, quando os líderes pretendem oficializar novos integrantes e detalhar proposta comum para regulação de plataformas digitais.

Com informações de Gazeta do Povo

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