Deputados do Partido Liberal (PL) e representantes da oposição na Câmara criticaram a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que colocou o ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar. Em nota conjunta divulgada nesta semana, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Zucco (PL-RS) afirmam que a medida é “ilegítima, nula de origem e sem qualquer valor jurídico”.
Os parlamentares lembram que Moraes é alvo de sanções internacionais baseadas na Lei Magnitsky, sob alegações de violações de direitos humanos e abuso de poder. “Um agente público com esse histórico não possui legitimidade moral nem jurisdicional para decidir o destino de qualquer cidadão, muito menos de um ex-presidente da República”, diz o texto.
Segundo os deputados, o ministro teria ultrapassado seus limites constitucionais, provocado uma crise institucional e aplicado medidas cautelares sem fundamentação legal. Eles também apontam a existência de um suposto “gabinete paralelo de investigações” comandado por Moraes, acusado de produzir provas falsas e perseguir adversários políticos.
Pressão por impeachment no Senado
Os líderes do PL destacam que a ordem de prisão foi emitida poucos dias depois de manifestações que, segundo eles, reuniram mais de um milhão de pessoas pedindo o impeachment de Alexandre de Moraes. “É urgente a abertura de um processo de impeachment antes que o Brasil mergulhe na maior crise política, econômica e social de sua história recente”, conclui a nota.
Divisão interna no partido
A reação ao comunicado provocou atrito dentro do próprio PL. O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) criticou publicamente a mensagem do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, que havia publicado no X (antigo Twitter) um breve desabafo: “Estou inconformado! O que mais posso dizer?”, acompanhado de papel timbrado do partido.
Gayer respondeu de forma áspera: “Que nota mais imbecil é essa? Pelo amor de Deus”. A troca de mensagens, postada logo após a decretação da prisão domiciliar na segunda-feira (4), alcançou milhares de visualizações e expôs a divisão entre integrantes da legenda.
Com informações de direitaonline.com.br