O ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (2002-2010) foi condenado nesta sexta-feira (1º) a 12 anos de prisão pelo 44º Tribunal Penal de Bogotá. A juíza Sandra Liliana Heredia fixou pena superior à solicitada pelo Ministério Público, que havia pedido nove anos.
A sentença, de primeira instância, decorre das acusações de fraude processual e suborno de testemunhas. Além da pena privativa de liberdade, Uribe recebeu multa equivalente a 2.420 salários mínimos e ficou inabilitado para cargos públicos por oito anos.
Heredia determinou a prisão domiciliar imediata do ex-mandatário, que deverá cumprir a pena em sua fazenda em Rionegro, no departamento de Antioquia. Segundo a magistrada, “é necessário que o acusado inicie o cumprimento da pena antes do trânsito em julgado”.
A defesa já anunciou que irá recorrer, levando o processo ao Tribunal Superior de Bogotá.
Origem do caso
Uribe foi acusado de coagir testemunhas para que alterassem declarações em processo que o opunha ao senador de esquerda Iván Cepeda. Durante o julgamento, o ex-presidente declarou ser alvo de perseguição política.

Imagem: Carlos Ortega via gazetadopovo.com.br
Repercussão política
A condenação provocou reação internacional. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, declarou em rede social que o “único crime” de Uribe foi “lutar e defender incansavelmente sua pátria” e criticou o que chamou de instrumentalização do Judiciário colombiano.
Poucas horas antes da divulgação da sentença, os advogados de Uribe protocolaram denúncia criminal na Comissão de Investigação e Acusação da Câmara dos Representantes contra o presidente colombiano Gustavo Petro, acusando-o de fustigação e calúnia. A defesa alega que, em postagens nos dias 28 e 29 de julho, Petro atribuiu a Uribe crimes como homicídio, narcotráfico, paramilitarismo e corrupção, sem respaldo judicial.
Com informações de Gazeta do Povo