O jurista Ives Gandra da Silva Martins afirmou, em artigo publicado na tarde de 18 de julho de 2025, que a decisão do ex-presidente norte-americano Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto foi motivada pela postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação aos Estados Unidos.
Segundo Gandra, a medida contrasta com o tratamento concedido à Argentina, que terá tarifa zero para exportações ao mercado norte-americano. O articulista sustenta que o presidente argentino Javier Milei não tem feito ataques públicos a Trump, além de ter equilibrado as contas do país, fatores que, na visão dele, favoreceram o acordo comercial com Washington.
Risco de perda de mercado
Brasil e Argentina exportam, em grande parte, os mesmos produtos agropecuários. Gandra avalia que a taxação de 50% pode desviar para os argentinos uma fatia estimada em 12% das exportações brasileiras destinadas aos Estados Unidos, caso não haja negociação antes do início da cobrança.
Críticas de Lula citadas como causa
O texto lista declarações recentes de Lula consideradas “ataques gratuitos” aos EUA, como críticas à política externa de Washington durante a última cúpula do Brics e a defesa de uma nova moeda internacional para substituir o dólar. O jurista também menciona o envio de representante brasileiro à posse do presidente da Venezuela, o apoio público ao Irã e posicionamentos favoráveis a governos de Rússia, China, Cuba e Venezuela.
Advertência sobre retaliações
Gandra alerta que o Palácio do Planalto cogita retaliar a tarifa, o que, segundo ele, pode agravar problemas de infraestrutura, matérias-primas e tecnologia no país. Para o articulista, o Itamaraty precisará agir com rapidez e habilidade diplomática para tentar suspender a cobrança antes de 1º de agosto.
O jurista conclui que a medida anunciada por Trump não tem relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro e decorre unicamente, em sua opinião, das críticas feitas por Lula ao governo norte-americano.
Com informações de Pleno.News