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Israel alega que repórter morto em Gaza comandava célula do Hamas; Al Jazeera nega

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Jerusalém – As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram neste domingo (10) que o jornalista palestino Anas al Sharif, 28 anos, morto em um ataque aéreo na Faixa de Gaza, liderava uma célula armada do Hamas responsável pelo lançamento de foguetes contra civis israelenses e tropas do país.

Al Sharif atuava como correspondente de guerra da rede Al Jazeera, do Catar. Segundo o comunicado militar, ele integrava a força de elite Nukhba do Batalhão de Jabalia Oriental e usava a profissão para encobrir atividades operacionais. As FDI dizem ter apreendido em Gaza documentos que comprovariam “de forma inequívoca” sua participação na coordenação de ataques.

O bombardeio ocorreu em uma tenda próxima ao Hospital Al Shifa, na Cidade de Gaza, e matou ainda outros quatro jornalistas e dois civis, de acordo com a emissora qatari.

A Al Jazeera rejeitou as acusações israelenses, classificando o ataque como “tentativa desesperada de silenciar vozes” diante da prevista ocupação terrestre do território. A emissora descreveu Al Sharif como “um dos jornalistas mais corajosos de Gaza” e afirmou que ele e seus colegas eram “das últimas vozes” a relatar a situação no enclave.

A relação entre Israel e a Al Jazeera é marcada por confrontos. No ano passado, Tel Aviv proibiu a operação do canal em seu território e fechou os escritórios da rede. O Catar, financiador da emissora, abriga dirigentes políticos do Hamas e atua como mediador nas negociações indiretas entre Israel e o grupo.

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Imagem: Ahmad Awad via gazetadopovo.com.br

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, manifestou “grave preocupação” com os sucessivos ataques a profissionais de imprensa em Gaza. Ele destacou que jornalistas em zonas de conflito são protegidos pelo direito humanitário internacional. Questionado sobre a suposta ligação de Al Sharif com o Hamas, o porta-voz de Starmer afirmou que o tema “deve ser investigado de maneira completa e independente”.

As FDI não divulgaram detalhes sobre os documentos que alegam ter apreendido, nem apresentaram evidências públicas além do comunicado oficial.

Com informações de Gazeta do Povo