O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira, 21 de novembro de 2025, que o país enfrenta “um dos momentos mais difíceis” de sua história e pode ser obrigado a escolher entre “perder a dignidade” ou arriscar a perda de um aliado crucial. A declaração ocorreu em discurso televisionado, após o vazamento de um plano de 28 pontos apresentado pelos Estados Unidos para encerrar a guerra com a Rússia.
Segundo Zelensky, a proposta americana cruza “linhas vermelhas” de Kiev ao sugerir, entre outras medidas, a retirada das tropas ucranianas das áreas que ainda controla no Donbass, a limitação do efetivo militar do país e a renúncia permanente ao envio de tropas da OTAN para território ucraniano quando o conflito terminar.
“Agora a Ucrânia pode se ver diante de escolhas muito duras: ou perder a dignidade ou arriscar a perda de um aliado-chave; aceitar 28 pontos difíceis ou enfrentar um inverno extremamente complicado”, declarou o presidente.
Apelo à unidade
O pronunciamento coincidiu com o “Dia da Dignidade”, data que marca o início dos protestos de 2013-2014 que derrubaram o último governo pró-Rússia em Kiev. Zelensky aproveitou a ocasião para pedir coesão interna e o fim das divisões partidárias.
Ele prometeu “trabalhar sem descanso” nas próximas semanas para buscar um acordo de paz “aceitável para a Ucrânia”. “Apresentarei argumentos, convencerei, oferecerei alternativas. Mas, em nenhuma circunstância, daremos ao inimigo motivos para dizer que a Ucrânia não quer a paz”, ressaltou.
Crise política e avanços russos
Internamente, Zelensky lida com sua pior crise desde o início da invasão, após autoridades anticorrupção revelarem um suposto esquema ligado a um ex-sócio do presidente que poderia envolver vários ministros.
No campo de batalha, as forças russas avançam na frente de Zaporizhzhya, no sudeste, e ameaçam conquistar as cidades de Pokrovsk e Kupiansk, nas regiões de Donetsk e Kharkiv.
Com informações de Gazeta do Povo