Um artigo de opinião publicado neste domingo, 14 de setembro de 2025, pelo The Wall Street Journal (WSJ) afirmou que o voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que absolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro no processo sobre suposta tentativa de golpe, expôs a “flagrante falta de provas” contida na acusação.
A coluna foi assinada por Mary Anastasia O’Grady, jornalista especializada em América Latina. No texto, ela recorda que Fux integra o STF desde 2011, quando foi indicado pela então presidente Dilma Rousseff, aliada do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para O’Grady, o julgamento teve viés “ideológico” e não jurídico. O processo foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, apontado como adversário político de Bolsonaro, que votou pela condenação do ex-presidente em cinco acusações. Os ministros Flávio Dino, ex-ministro da Justiça de Lula, e Cristiano Zanin, ex-advogado do petista, também votaram pela culpa. Um quarto integrante da Corte nomeado por Lula se somou à maioria, registrou a colunista.
O jornal norte-americano contextualiza que Bolsonaro fez críticas frequentes ao STF e ao sistema eletrônico de votação, solicitando auditorias que não avançaram. Essa postura, segundo a análise, o transformou em “herói” para parte do eleitorado e em desafeto da Corte.
O texto relembra ainda a decisão de 2017 em que o STF anulou a condenação de Lula por corrupção, validada em duas instâncias, permitindo que o petista retomasse seus direitos políticos graças a um “tecnicismo” e ao esgotamento do prazo para reabrir o caso.
A colunista também critica a cobertura da imprensa, que teria “sensacionalizado” reuniões entre Bolsonaro e integrantes do governo apontadas pelo STF como preparatórias para um golpe. Segundo ela, o tribunal não comprovou a participação direta do ex-presidente nesses encontros. O’Grady acrescenta que, em “países sérios”, Moraes deveria ter se declarado impedido de julgar o caso por ser suposto alvo da alegada conspiração.
Com informações de Gazeta do Povo