Nova York (EUA) – Em discurso nesta segunda-feira, 29 de setembro de 2025, durante a 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o vice-ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Kim Son Gyong, declarou que o regime “jamais” desistirá de seu arsenal nuclear.
Segundo o diplomata, “as normas e a ordem internacionais estabelecidas com a fundação da ONU são hoje abertamente violadas”, enquanto a soberania de diversos Estados estaria “sob ataque como nunca antes”.
Kim criticou diretamente os Estados Unidos, classificando de “guerra tarifária indiscriminada” as taxas impostas por Washington a parceiros comerciais e atribuindo a elas o mergulho da economia mundial “no pântano da estagnação e da instabilidade”.
O vice-chanceler também mencionou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, alegando que o plano global é “negado” porque “não atende aos interesses de um único país”.
Alianças militares “mais ofensivas”
Sobre a Península Coreana, Kim afirmou que a situação de segurança enfrenta “sérios desafios”. Ele citou as alianças Estados Unidos–Coreia do Sul e Estados Unidos–Japão, além da crescente cooperação militar trilateral entre Washington, Seul e Tóquio, que, segundo o norte-coreano, estariam se transformando “em um bloco militar mais ofensivo e agressivo, com elementos nucleares”.
De acordo com o vice-ministro, os exercícios conjuntos e o reforço militar na região “batem recordes de escala, frequência e escopo”. Ele justificou os testes de armamentos realizados por Pyongyang como necessários para “manter o equilíbrio de poder” na península.
“Direito à existência”
No ponto central de sua fala, Kim Son Gyong reiterou que a opção nuclear é “lei de Estado, política nacional e poder soberano” da Coreia do Norte. “Em nenhuma circunstância abandonaremos esta posição”, declarou.
A Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares (Ican) estima que o país possua atualmente 50 ogivas nucleares.
Com informações de Gazeta do Povo
