O número de presos políticos na Venezuela alcançou 866, o maior patamar de 2025, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (22) pela organização não governamental Foro Penal. O levantamento ocorre em meio ao aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe e a crescente pressão internacional contra o governo de Nicolás Maduro.
De acordo com a ONG, 21 pessoas foram detidas por motivos políticos apenas na última semana, enquanto nenhuma libertação foi registrada no mesmo período. Entre os encarcerados, 758 são homens e 108 mulheres; 693 são civis e 173, militares.
Jovens detidos e desaparecidos
O relatório aponta quatro adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos, entre os detidos. Além disso, o paradeiro de 38 pessoas continua desconhecido, e 97 dos presos possuem nacionalidade estrangeira, fato que agrava a angústia de familiares, muitas vezes sem informações sobre o local ou as condições de detenção dos parentes.
Sentenças e histórico de detenções
Somente 156 dos 866 detidos têm sentença judicial; outros 710 permanecem presos sem julgamento. Desde 2014, o Foro Penal contabiliza 18.532 prisões por razões políticas na Venezuela. A entidade relata ter prestado assistência jurídica gratuita a mais de 14 mil pessoas que, posteriormente, foram libertadas.
Apesar dessas libertações, mais de 9 mil venezuelanos seguem submetidos a medidas restritivas de liberdade, como proibição de saída do país, comparecimento periódico à Justiça ou prisão domiciliar.
Encaminhamento a organismos internacionais
Os dados foram enviados à Organização dos Estados Americanos (OEA) e ao Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que devem verificar e certificar as informações apresentadas.
O governo venezuelano não se pronunciou sobre o novo levantamento até a publicação desta reportagem.
Com informações de Gazeta do Povo