Caracas – O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, afirmou nesta quinta-feira (2) que aeronaves de combate dos Estados Unidos voaram nas proximidades do litoral venezuelano, no Mar do Caribe, configurando, segundo ele, “assédio” e “ameaça” contra o país.
“Denuncio perante o mundo o assédio militar, a ameaça militar do governo dos Estados Unidos sobre o povo da Venezuela”, declarou Padrino López durante balanço das operações das Forças Armadas, transmitido pela emissora estatal VTV.
De acordo com o ministro, o sistema de defesa aérea integrado do país detectou os aviões norte-americanos. Ele acrescentou que uma companhia aérea internacional também comunicou à torre de controle do Aeroporto de Maiquetía, na região de Caracas, a presença das aeronaves.
Padrino López disse que se tratava de caças F-35, baseados em Porto Rico. “Nunca tínhamos visto este destacamento de aviões. Eles se atreveram a se aproximar do território venezuelano. Estamos atentos e isso não nos intimida”, afirmou.
Escalada militar no Caribe
No fim de agosto, o governo de Donald Trump deslocou oito navios de guerra e um submarino nuclear para águas do Caribe próximas à Venezuela, com a justificativa de combater o tráfico de drogas rumo aos Estados Unidos. Caracas considera a operação um pretexto para uma eventual intervenção militar.
Dias depois, Washington enviou caças F-35 para um aeródromo em Porto Rico, também sob o argumento de reforçar ações antidrogas na região. Desde o início de setembro, pelo menos quatro embarcações suspeitas de transportar entorpecentes foram atingidas por forças norte-americanas no Caribe.
Reação de Caracas
Diante do aumento da presença militar dos EUA, o governo de Nicolás Maduro intensificou mobilizações das Forças Armadas e endureceu o discurso. Na segunda-feira (29), a vice-presidente executiva, Delcy Rodríguez, informou que Maduro assinou um decreto de “comoção externa”, a ser acionado em caso de agressão.
O instrumento confere poderes especiais ao presidente, entre eles mobilizar a Fanb em todo o território, assumir de forma imediata a infraestrutura de serviços públicos e da indústria de hidrocarbonetos, além de permitir o fechamento de fronteiras terrestres, marítimas e aéreas.
O decreto, segundo Rodríguez, busca “proteger a integridade territorial da Venezuela” diante do que o governo chama de ameaças externas.
Com informações de Gazeta do Povo