Washington (05/12/2025) – Um documento de 33 páginas sobre a estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos, divulgado nesta sexta-feira pelo governo Donald Trump, adverte que a civilização europeia pode ser “apagada” em duas décadas caso se mantenham as atuais políticas migratórias e o que o texto chama de censura dentro da União Europeia.
Descrito pela Casa Branca como um roteiro para assegurar a supremacia americana, o relatório afirma que, sob as “tendências atuais”, o continente estará “irreconhecível em 20 anos ou menos”. Entre os pontos listados, o governo norte-americano cita:
- políticas migratórias que estariam transformando o perfil demográfico e gerando conflitos;
- ações da UE e de outros organismos consideradas uma ameaça à liberdade política e à soberania nacional;
- censura à liberdade de expressão e supressão de oposição política;
- queda nas taxas de natalidade;
- perda das identidades nacionais e da autoconfiança europeia.
O documento questiona se países europeus continuarão aliados confiáveis, caso não disponham de economias e Forças Armadas robustas. “Queremos que a Europa continue sendo europeia, recupere a autoconfiança como civilização e abandone a abordagem fracassada de sufocamento regulatório”, ressalta o texto, acrescentando que os EUA deveriam ajudar o continente a “corrigir sua trajetória atual”.
Alertas reiterados por Trump
Durante seu segundo mandato, iniciado em janeiro, Trump já havia cobrado mudanças na política migratória europeia. Em julho, na Escócia, declarou que, se os países do bloco não se organizassem, “não haverá mais Europa”, classificando a chegada de imigrantes como uma “invasão”. Em setembro, na Assembleia Geral da ONU, o presidente afirmou que as nações europeias “estão indo para o inferno”, enquanto os EUA teriam tomado “medidas ousadas” para conter a imigração “descontrolada”.
No novo relatório, a Casa Branca também alerta que, “em algumas décadas, no máximo”, certos membros da Otan podem se tornar países com maioria não europeia, o que colocaria em dúvida a adesão aos princípios da aliança militar.
Com informações de Gazeta do Povo