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Trump amplia uso de tropas para combater crime interno e narcotráfico venezuelano

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Washington (EUA) – O presidente Donald Trump colocou a segurança interna no topo da agenda de seu segundo mandato e tem recorrido a ações militares para sustentar essa prioridade. Duas frentes concentram a atenção da Casa Branca: o envio de integrantes da Guarda Nacional a estados governados por democratas e a mobilização naval no Caribe contra o tráfico de drogas ligado ao regime de Nicolás Maduro.

Guarda Nacional convocada para cidades democratas

Neste mês, Trump assinou ordem executiva que autoriza a presença de tropas federais em Memphis, Tennessee, onde foram registrados mais de 390 homicídios em 2023, segundo a Associated Press. A cidade, administrada pelo prefeito democrata Paul Young, rejeitou a iniciativa, embora reconheça índices de violência elevados.

Ao anunciar a medida, o presidente indicou que outros municípios podem receber reforço semelhante. “Provavelmente iremos para Chicago em seguida”, declarou, citando também Nova Orleans, Baltimore e St. Louis como possíveis destinos.

O governador do Tennessee, Bill Lee (republicano), afirmou que a mobilização deve chegar ao estado já na próxima semana.

Em junho, mais de 4 mil soldados da Guarda Nacional e fuzileiros navais foram deslocados para a Califórnia durante protestos contra o Serviço de Imigração (ICE). A ordem provocou reação do governador Gavin Newsom e de lideranças locais, especialmente em Los Angeles, epicentro das manifestações.

Operação naval eleva tensão com Caracas

No exterior, Trump aprovou, em agosto, o envio de oito embarcações de guerra, um submarino de propulsão nuclear e cerca de 4,5 mil militares ao mar do Caribe. Também despachou caças F-35B para Porto Rico. O governo americano alega que a operação mira o bloqueio de drogas provenientes de cartéis venezuelanos, classificados pela Casa Branca como organização terrorista.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro definiu a ação como “agressão” e iniciou mobilização de forças armadas e militantes civis para uma eventual “luta armada” contra os Estados Unidos.

Na quinta-feira (25), o secretário de Defesa Pete Hegseth convocou reunião extraordinária com centenas de generais e almirantes espalhados pelo mundo, em meio ao agravamento das tensões e à possibilidade de interrupção de recursos caso o Congresso não aprove um orçamento provisório.

Contestações judiciais e críticas internacionais

Algumas ações presidenciais enfrentam obstáculos legais. A Justiça da Califórnia considerou ilegal o envio de militares a Los Angeles, decisão assinada pelo juiz Charles Breyer, que apontou uso de tropas armadas para controle de multidões e bloqueios de tráfego.

No plano externo, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos condenou os ataques em águas internacionais, enquanto a Human Rights Watch classificou as operações como “execuções extrajudiciais ilegais”.

Apesar das objeções, Trump mantém o discurso de que “tornará os Estados Unidos seguros novamente”, sustentando o emprego de forças federais para enfrentar criminalidade interna e ameaças fora do país.

Com informações de Gazeta do Povo