Washington – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou acreditar que Israel e Arábia Saudita oficializarão relações diplomáticas até o fim de 2025. A declaração foi dada em entrevista concedida à revista Time em 15 de outubro, cujo conteúdo foi publicado nesta quinta-feira (23).
Trump disse considerar que Riad “liderará o caminho” nos Acordos de Abraão — iniciativa lançada durante seu primeiro mandato (2017-2021) que já resultou na normalização de laços entre Israel e quatro países de maioria islâmica: Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Sudão.
Questionado se a Arábia Saudita vai aderir aos acordos até dezembro, o presidente foi direto: “Acho que estamos muito próximos”. Ele acrescentou que tem “grande respeito” pelo rei Salman bin Abdulaziz Al Saud e destacou o “ótimo relacionamento” com a monarquia saudita.
Gaza e Irã
Segundo Trump, duas barreiras que impediam a aproximação — o conflito na Faixa de Gaza e a disputa com o Irã — deixaram de ser obstáculos. O americano citou o cessar-fogo negociado por sua administração entre Israel e o grupo Hamas, bem como os bombardeios realizados por forças israelenses e norte-americanas contra instalações nucleares iranianas em junho, após 12 dias de confrontos diretos entre Tel Aviv e Teerã.
Nos últimos anos, o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman (MBS) havia classificado a ofensiva israelense em Gaza como “genocídio coletivo”, em novembro de 2024, e condicionava qualquer avanço diplomático ao reconhecimento de um Estado palestino. As tratativas entre sauditas e israelenses vinham sendo discutidas antes dos ataques do Hamas em outubro de 2023, que, segundo autoridades regionais, pretendiam justamente sabotar o diálogo.
Antecedentes regionais
A Arábia Saudita, tradicional aliada de Washington, e o Irã são rivais históricos e já travaram conflitos por procuração, como no Iêmen. Apesar disso, os dois países restabeleceram relações diplomáticas em março de 2023, após sete anos de ruptura, com mediação chinesa.
Trump enfatizou que, depois das ações conjuntas dos EUA e de Israel contra o programa nuclear iraniano, “o regime de Teerã não é mais uma ameaça iminente” aos sauditas, removendo, em sua avaliação, o principal empecilho para a adesão de Riad aos Acordos de Abraão.
Com informações de Gazeta do Povo