O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para tocar adiante as negociações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi anunciada após uma breve conversa telefônica entre os dois chefes de Estado na segunda-feira, 6 de outubro de 2025.
Segundo o jurista André Marsiglia, a iniciativa partiu de Washington. “Quem chamou para essa dança foi o Trump. As cartas estão com ele. A obrigação de tudo isso dar certo é do Lula”, afirmou no programa Última Análise, transmitido ao vivo pela Gazeta do Povo.
Tarifas, Bolsonaro e outros impasses
O diálogo entre os presidentes envolve temas que vão além da chamada “guerra tarifária” sobre produtos brasileiros. Também está na mesa a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso, e a possibilidade de transferência de regime.
Durante coletiva de imprensa, Trump declarou a intenção de aprofundar os laços comerciais com Brasília. “Vamos começar a fazer negócios. Em algum momento eu irei ao Brasil e ele [Lula] virá aqui”, disse, sinalizando encontros bilaterais nos próximos meses.
Para o ex-procurador Deltan Dallagnol, a conversa inicial não trouxe avanços concretos. “Foi basicamente uma reunião para marcar outra reunião”, avaliou, ressaltando que a escolha de Rubio, crítico da esquerda latino-americana, indica negociações difíceis.
“Tarifa zero” nos ônibus divide opiniões
Com índices de aprovação em queda, Lula anunciou um pacote de medidas econômicas de apelo popular, entre elas a proposta de “tarifa zero” no transporte coletivo. O economista José Pio Martins classificou a ideia como operacionalmente inviável: “Se você decreta tarifa zero, 24 horas depois o número de passageiros duplica”. Dallagnol acrescentou que o custo acabaria repassado à população, chamando a iniciativa de “populista”.
Dirceu quer voltar às urnas em 2026
Em entrevista à BBC News Brasil, o ex-ministro José Dirceu afirmou desejar disputar uma cadeira de deputado federal por São Paulo em 2026. Ele também reconheceu o estado de saúde delicado de Bolsonaro e defendeu a prisão domiciliar para o ex-mandatário. Dallagnol ironizou: “A grande dívida que a gente tem com José Dirceu é colocá-lo na cadeia e não fizemos isso”, mas admitiu que o petista demonstrou “mais bom senso do que Moraes” ao falar em regime domiciliar.
O Última Análise vai ao ar no YouTube de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h30, debatendo temas políticos e econômicos do Brasil e do mundo.
Com informações de Gazeta do Povo